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A visita do Papa "certamente acontecerá, ainda que não se saiba quando", disse à AIS Dom Bashar Warda A visita do Papa "certamente acontecerá, ainda que não se saiba quando", disse à AIS Dom Bashar Warda 

Cristãos iraquianos ainda esperam visita do Papa

“Um pensamento insistente me acompanha pensando no Iraque, onde tenho o desejo de ir no próximo ano, para que possa olhar adiante através da participação pacífica e partilhada na construção do bem comum de todos as componentes religiosas da sociedade, e não caia novamente em tensões que vêm dos conflitos intermináveis de potências regionais”, havia dito o Papa Francisco em 10 de junho de 2019 aos cerca de cem participantes da 92ª Assembleia Plenária da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (Roaco).

Cidade do Vaticano

A escalada das tensões entre o Irã e os Estados Unidos após o assassinato do general Solemaini volta a preocupar a comunidade cristã do vizinho Iraque, já reduzida em 90% desde 2003, ano do início do conflito na região, e ulteriormente reduzida com o advento do Estado Islâmico a partir de 2014.

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Agora, há o temor de um novo êxodo de fiéis, conforme declarado pelo arcebispo de Erbil, Dom Bashar Warda, que expressa sua preocupação à Ajuda à Igreja que Sofre, a Fundação de direito pontifício fundada em 1947 para proteger os cristãos em áreas de risco, especialmente naquelas em que a Igreja sofre perseguições.

 

"Esta é a nossa pátria e não queremos ir embora - sublinha o prelado - para sobreviver e prosperar temos necessidade do apoio da comunidade internacional". Nesse contexto particularmente delicado, de fato, as minorias cristã e yazidi estão particularmente expostas "aos caprichos de quem está no poder".

"Não existe igualdade para os não-muçulmanos que vivem sob a lei islâmica", diz ele, expressando preocupação com o risco de que os cristãos, nessa situação, sejam identificados com o Ocidente e, portanto, com os Estados Unidos: "Temos medo de retaliação -  explica à AIS - somos um alvo fácil e aqueles que nos atacam provavelmente ficarão impunes”.

Por fim, o prelado lança um apelo à comunidade internacional para que intervenha "usando a própria influência para acalmar as tensões" entre os dois países e, não obstante as dificuldades pelas quais passa sua comunidade, ainda é esperada a visita do Papa Francisco ao Iraque: “Isso certamente acontecerá, ainda que não se saiba quando. Deixo isso para a oração e a vontade do Espírito Santo. Confiamos em Jesus”.

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10 janeiro 2020, 08:47