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Papa a um grupo de peregrinos do Panamá: encontrei um país nobre

Francisco agradeceu aos panamenhos pela visita e ressaltou a importância de “agradecer mutuamente”. Segundo o Papa, muitas vezes nos esquecemos de agradecer e “a necessidade de agradecer nos enobrece”.

Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (13/06), na Sala do Consistório, no Vaticano, um grupo de peregrinos do Panamá. A delegação veio a Roma para manifestar sua gratidão ao Santo Padre, depois da Jornada Mundial da Juventude realizada no Panamá, em janeiro passado.

Francisco agradeceu aos panamenhos pela visita e ressaltou a importância de “agradecer mutuamente”. Segundo o Papa, muitas vezes nos esquecemos de agradecer e “a necessidade de agradecer nos enobrece”.

Nobreza do povo

O Pontífice disse que “obrigado” é uma das três palavras mágicas que ajudam um casamento a dar certo. “Quando os casais jovens me perguntam, como sobreviver ao casamento, porque hoje temos que dizer assim, nesses termos, eu lhes digo: Olhem, existem três palavras mágicas: permissão, não ser invasivo; obrigado, agradecer ao cônjuge continuamente, e perdão, quando fizer algo errado, peça perdão”, sublinhou Francisco.

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“Vocês estão praticando uma dessas três palavras mágicas que é gratidão. Também sou muito grato pelo que vi: um povo nobre, repito, e a nobreza não se compra, se gera, se herda, se respira e se vive. Ou você é nobre ou não é. Um certificado não lhe dá a nobreza. Eu encontrei um país nobre. Um país onde o protocolo pesa, mas o protocolo tem necessidade de ser popular também. Quando eu vi autoridades como o presidente, de jeans e camiseta, andando no meio das pessoas, os bispos e sacerdotes envolvidos com o povo, pensei: isso é nobreza, é nobreza do povo, é respeitar e amar o povo”, disse ainda o Papa.

“Sabemos que a América Latina está muito ameaçada por coisas que tendem a quebrar essa nobreza. Esta nobreza que vem do nosso sangue. Que a Virgem nos defenda disso.”

O Papa agradeceu ao grupo de panamenhos pelo trabalho minucioso em favor das crianças, que somente uma alma e um povo nobre podem fazer.

Fortalecer a ponte “crianças-avós”

“Hoje, devemos fortalecer a ponte “crianças-avós” a fim de recuperar as raízes, a memória das raízes. Não se retorna às raízes para se esconder. Isso é o que fazem os fundamentalistas, não, isso não. Mas, peguem a seiva das raízes e cresçam e floresçam. Deem  frutos a partir das raízes, não da primeira teoria vendida pelo império. Não, isso não. Não deixem que entrem nisso as colonizações ideológicas, que são aquelas que matam a nobreza. Essa ponte ajudará a própria identidade.”

No final do encontro, o Papa falou sobre outro aspecto nobre do Panamá que é a capacidade de integração e respeito pelos afrodescendentes e indígenas:

“O nosso povo não começou daqui, não. O nosso povo tem raízes que também precisam ser integradas. Essa capacidade de integração também é uma das coisas da nobreza.”

"Fiquei muito feliz no Panamá, fiquei muito feliz. Respirava-se normalidade, ternura, uma coisa muito bonita. Obrigado a todos vocês que tornaram tudo isso possível, e preparem-se para a segunda viagem que, certamente... um meu sucessor convocará daqui a 150 anos! Nenhum problema! Muito obrigado!”

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13 junho 2019, 15:27