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Papa no Angelus: o Sínodo foi um tempo de consolação e esperança

Os frutos deste trabalho já estão “fermentando”, disse o Papa no Angelus, como acontece com o suco da uva nos barris após a colheita. O Sínodo dos jovens foi uma boa colheita, e promete um bom vinho, acrescentou Francisco.

Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

O Sínodo foi sobretudo momento de escuta: de fato, ouvir requer tempo, atenção, abertura da mente e do coração: disse o Papa Francisco ao rezar ao meio-dia deste domingo (28/10) a oração do Angelus com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, após ter celebrado pouco antes, na Basílica Vaticana, a missa de conclusão do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. A alocução que precedeu a oração mariana foi quase toda ela dedicada ao encontro sinodal.

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Multiforme realidade dos jovens entrou no Sínodo

Este compromisso da escuta, continuou o Santo Padre, “se transforma todos os dias em consolação, sobretudo porque tivemos em nosso meio a presença vivaz dos jovens, com suas histórias e suas contribuições. Através dos testemunhos dos Padres sinodais, a realidade multiforme das novas gerações entrou no Sínodo, por assim dizer, de todas as partes: de todos os continentes e das várias situações humanas e sociais”, ressaltou.

Com esta atitude fundamental de escuta procuramos ler a realidade, colher os sinais destes nossos tempos, frisou o Pontífice. Um discernimento comunitário, feito à luz da Palavra de Deus e do Espírito Santo, acrescentou.

“Este é um dos dons mais bonitos que o Senhor faz à Igreja católica, ou seja, colher vozes e rostos das realidades mais variadas e assim poder tentar uma interpretação que considere a riqueza e a complexidade dos fenômenos, sempre à luz do Evangelho.”

Caminhar juntos mediante os muitos desafios de hoje

“Desse modo, discutimos sobre como caminhar juntos através dos muitos desafios, como o mundo digital, o fenômeno das migrações, o sentido do corpo e da sexualidade, o drama das guerras e das violências, frisou o Pontífice.

Os frutos deste trabalho já estão “fermentando”, disse, como acontece com o suco da uva nos barris após a colheita. O Sínodo dos jovens foi uma boa colheita, e promete um bom vinho, acrescentou.

Francisco precisou que o primeiro fruto desta Assembleia deve estar no exemplo de um método que se buscou seguir desde a fase preparatória.

“Um estilo sinodal que não tem como objetivo principal a redação de um documento, embora precioso e útil. Mais do que o documento, porém, é importante que se difunda um modo de ser  e trabalhar juntos, jovens e anciãos, na escuta e no discernimento, para se chegar a escolhas pastorais correspondentes com a realidade.”

Deus nos ajude a apagar surtos de ódio

Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Pontífice expressou proximidade à cidade de Pittsburgh, nos EUA, em particular, à comunidade judaica, atingida no sábado por um terrível atentado à sinagoga.

“O Altíssimo acolha os defuntos em sua paz, conforte suas famílias e sustente os feridos. Todos, na realidade, somos feridos por este desumano ato de violência. O Senhor nos ajude a apagar os surtos de ódio que se desencadeiam em nossas sociedades, reforçando o sentido de humanidade, de respeito pela vida, os valores morais e civis, e o santo temor de Deus, que é Amor e Pai de todos.”

Mártires beatificados na Guatemala

O Papa lembrou ainda a Beatificação, no sábado, na Guatemala, dos mártires José Tullio Maruzzo, religioso dos Frades Menores, e Luis Obdulio Arroyo Navarro, mortos no século passado por ódio à fé, durante a perseguição contra a Igreja, comprometida em promover a justiça e a paz.

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28 outubro 2018, 12:32