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“Rosa la Luchadora”, a avó do Papa Francisco

Para entender a fé e o pensamento do Papa Francisco, é preciso buscar suas raízes. Como ele mesmo sublinha, a sua avó Rosa Margherita Vassalo é o ponto central. A jornalista e escritora Marilù Simoneschi, apresenta um romance histórico sobre a avó do Papa, fruto de uma aprofundada pesquisa

Cidade do Vaticano

Há uma mulher que deixou uma marca indelével na vida do Papa Francisco: é Rosa Margherita Vassalo, sua avó. O Papa a cita em muitas das suas homilias, desde a primeira quando disse: “Recebi o primeiro anúncio cristão de uma mulher: minha avó! Isso é belíssimo: o primeiro anúncio em casa, com a família!”.

Uma mulher tenaz

Uma mulher corajosa como é descrita no romance histórico “Rosa La Luchadora”, escrito por Marilù Simoneschi e apresentado nesta quinta-feira (23/04) em Pescasseroli em uma resenha que contava com a presença do bispo de Marsi, D. Pietro Santoro. Um romance emocionante e bem documentado do ponto de vista histórico, que nos leva a conhecer  de perto Rosa Vassalo. A sua vida se passa entre o final do século XIX e início do século XX, na região do Piemonte na Itália e na Argentina. Originária de uma família de pobres agricultores, Rosa consegue estudar em Turim. São anos muito difíceis para os camponeses, quando fome e miséria eram com frequência a luta diária. Simples mas tenaz, entrou na Ação Católica e fez da ajuda ao próximo o ponto fundamental da sua vida, procurando ajudar as pessoas com dificuldades como as operárias da época. Conheceu Giovanni Bergoglio, casaram-se e tiveram um filho, Mário, que no mais tarde será o pai do Papa Francisco.

Começar de novo

Aos 45 anos aceita começar tudo de novo, na Argentina, destino de muitos italianos naqueles anos, em busca de um futuro melhor. ”Na época eram os italianos que deixavam sua terra natal para poder ganhar o pão e ter um futuro melhor” conta Marilù Simoneschi.  Na época, seus avós e seu pai salvaram-se do naufrágio do navio Regina Mafalda no qual deveriam embarcar e que afundou, pois pouco tempo antes decidiram adiar a partida. Experiências – e isso foi colocado em evidência na apresentação do livro – que explicam a grande atenção e sensibilidade de Francisco para com os migrantes.

O seu amado neto

A avó Rosa atravessou e superou muitas vezes as dificuldades da vida, e arregaçou as mangas recomeçando tudo, procurando manter sempre a alegria e a esperança na família. O livro apresentado, mostra a sua força e a sua beleza, reconstruindo a sua história a partir da recordação do amor pelo marido Giovanni e na espera, antes da morte, da chegada do amado neto, Jorge Mario, para o último adeus. O neto que tinha lhe aberto o coração, que ela defendia na escolha da vocação sacerdotal trazendo serenidade nas relações com a mãe de Jorge Mario, que desejava que ele estudasse medicina. O neto que mais tarde levaria consigo, no seu Breviário o testamento espiritual da sua amada avó Rosa, da qual tinha aprendido a fé, força e esperança e, principalmente, que fazer o bem é verdadeiramente o único modo de estar bem, recordou ainda a autora do livro.

A proximidade como dimensão essencial

“Foi uma mulher que tinha entendido, no decorrer da sua vida, o profundo sentido da existência: ver a vida, a história e o mundo com os olhos de Deus”, disse D. Santoro que falou de uma mulher com um grande coração, que viveu intensamente sua vida familiar não de maneira intimista, mas aberta aos sofrimentos do mundo. “Via o rosto de Deus no rosto dos pobres. Vivia a proximidade como dimensão fundamental da sua vida. E tudo isso é uma herança que Papa Francisco traz nos olhos e no seu coração”.

Não a caso – podemos recordar - muitas vezes Papa Francisco recorda a importância dos avós porque eles dão aos netos as raízes necessárias para poderem realmente levantar voo.

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24 agosto 2018, 15:33