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Comentário: Viver a essência do Evangelho

Francisco quer que assumamos um estilo de vida sóbrio, que possa reagir à cultura do descartável e do desperdício.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

Neste domingo, 19 de novembro, a Igreja Católica em todo o mundo celebra o Dia Mundial dos Pobres, convocado pelo Papa Francisco para chamar a atenção sobre as pessoas socialmente excluídas. Francisco quer que assumamos um estilo de vida sóbrio, que possa reagir à cultura do descartável e do desperdício.

A pobreza é, antes de tudo, uma vocação.

Certamente esse é um convite a todos, sem olhar a qual religião pertençamos, para que abramos nossos corações e mentes para concretizar a partilha com os mais necessitados, através de formas de solidariedade concretas.

Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres na conclusão do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, com uma Carta Apostólica intitulada “Misericórdia e mísera”. A celebração, sinal concreto do Ano Jubilar, se realiza sempre no XXXIII Domingo do Tempo Comum, que este ano cai neste dia 19 de Novembro.

O Dia Mundial dos Pobres a pedido do Papa Francisco, está sendo organizado em todo o mundo pela Caritas. No Brasil a celebração foi inserida nas atividades da Semana da Solidariedade, realizada pela Caritas Brasileira há mais de dez anos.

Esse evento, o primeiro dos que em cada ano a Igreja celebrará não é um evento de um só dia. É o início de um renovado impulso para concretizar nas nossas comunidades a pastoral da caridade, numa ação concreta de evangelização do mundo.

O Santo Padre publicou em junho deste ano uma Mensagem para este Dia, com o tema Não amemos com palavras, mas com obras”.

Nas suas palavras escritas Francisco recorda a vida de Jesus que ecoou na primeira Comunidade eclesial, que assumiu a assistência e o serviço aos pobres, com base no ensinamento do Mestre, que proclamou os pobres “bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus”.

Contudo, aconteceu que alguns cristãos não deram a devida atenção a este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas, o Espírito Santo soprou sobre muitos homens e mulheres que, de várias formas, dedicaram toda a sua vida ao serviço dos pobres.

O Santo Padre lembra que, para os cristãos, discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação; é seguir Jesus pobre; é o metro para avaliar o uso correto dos bens materiais.

O nosso mundo, muitas vezes, não consegue identificar a pobreza dos nossos dias, com suas trágicas consequências: sofrimento, marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego, tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria.

A pobreza é fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada! Diante deste cenário, não se pode permanecer inertes e resignados, afirma Francisco. Todos estes pobres – como dizia o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por “direito evangélico” e a obriga à sua opção fundamental.

Por isso, com a instituição do Dia Mundial dos Pobres o Papa convida toda a Igreja a fixar seu olhar em todos os que estendem suas mãos invocando ajuda e solidariedade. A sua mão estendida para nós é também um convite a sairmos das nossas certezas e comodidades e a reconhecermos o valor que a pobreza encerra em si mesma.

Que este Dia sirva de estímulo para reagir à cultura do descarte, do desperdício e da exclusão e a assumir a cultura do encontro, com gestos concretos de oração e de caridade, para uma maior evangelização no mundo.

Os pobres não são um problema, repete mais uma vez Francisco, mas “um recurso para acolher e viver a essência do Evangelho”.

 

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17 novembro 2017, 14:07