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Mãe de dois soldados somalis desaparecidos chora durante entrevista à Reuters. (Photo Feisal Omar) Mãe de dois soldados somalis desaparecidos chora durante entrevista à Reuters. (Photo Feisal Omar) 

Seca e ataques terroristas provocam crise humanitária na Somália

Atualmente, há mais de 7 milhões de somalis em estado de insegurança alimentar aguda, 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, 386.000 delas em forma grave e arriscam suas vidas sem atendimento urgente.

“O recente ataque do Al Shabab na Etiópia é mais uma demonstração da vontade do grupo terrorista de se tornar cada vez mais uma estrutura internacional e não apenas somali”. O comentário à Agência Fides é proveniente da Somália, em mérito aos ataques terroristas registrados nas últimas semanas.

"Centenas de homens bem armados e treinados entraram na Etiópia, recebendo uma forte resposta do exército etíope (ENDF) - continua a fonte. As perdas etíopes são desconhecidas, enquanto se fala de cerca de cem mortos nas fileiras do Al Shabab, incluindo o militante islâmico somali-sueco Fuad 'Shangole' e dois outros líderes importantes".

O ataque do Al Shabab na Etiópia coincide com a grave crise devido à seca e aos intensos confrontos internos entre o ENDF com o grupo armado dos OLA (Exército de Libertação Oromo), e com o Tigray.

À medida que o espectro da fome reaparece no país que vive as piores condições dos últimos quarenta anos, com quatro temporadas consecutivas de falta de chuva, um sinal positivo vem das agências internacionais que estão ajudando a Somália neste momento dramático.

A ONU destinou 9,5 milhões de dólares para intervir na região dos Bay, uma das mais afetadas do país pelo fenômeno e pelos ataques terroristas.

Nos primeiros três meses de 2022, a seca obrigou mais de meio milhão de pessoas a fugir de seus povoados em busca de ajuda, muitas vezes caminhando dia e noite, com crianças pequenas e recém-nascidos.

De acordo com o que foi apurado, os confrontos entre o Al Shabab e os militares etíopes continuam, e em Beledweyne, na Somália, uma delegação do exército etíope se reuniu com uma delegação somali para discutir a luta contra o grupo terrorista e coordenar as ações militares.

Enquanto isso em Mogadíscio, a troca de governo está criando grandes mudanças na área. O novo presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, está implementando uma nova estratégia de reconciliação nacional que oferece, além da luta militar, também uma nova abordagem política.

É nesta perspectiva a leitura da nomeação do ex-vice-líder da Al Shabab Robow Abu Mansur, como ministro dos Assuntos religiosos. Esta nomeação está causando muita polêmica mas, segundo a fonte, que pediu anonimato por razões de segurança, “é um passo fundamental na luta contra o Al Shabab e a pacificação nacional”.

Diferentes, no entanto, são os comentários no exterior sobre a nomeação do ex-líder do Al Shabab. Robow se dissociou do grupo terrorista tornando-se um alvo para os terroristas. Enquanto ele estava com o Al Shabab, os estadunidenses colocaram uma recompensa de $ 5.000.000 por sua captura. Ele havia sido preso e encarcerado pelo governo de Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo.

Atualmente, há mais de 7 milhões de somalis em estado de insegurança alimentar aguda, 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição aguda, 386.000 delas em forma grave e arriscam suas vidas sem atendimento urgente.

*Com Agência Fides

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05 agosto 2022, 21:01