Busca

"Catástrofe climática" no Paquistão deixa mais de 1.000 mortos

As inundações que atingiram o país desde meados de junho devido às chuvas das monção já provocaram mais mil mortes no Paquistão e a ministra paquistanesa do Clima, Sherry Rehman, definiu esta temporada de monções - que começou mais cedo do que o habitual - uma "grave catástrofe climática". De acordo com a autoridade nacional de gestão de desastres, 1.033 mortes foram oficialmente verificadas até agora, um número superior às cerca de 1.000 mortes anunciadas ontem.

Vatican News

As mortes devido às inundações sem precedentes que atingem o Paquistão superaram 1.000 desde meados de junho, disseram as autoridades do país. A Ministra das Mudanças Climáticas definiu essa temporada das monções como “grave catástrofe climática”. Nesta segunda-feira, a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) confirmou a morte de pelo menos 1.061 pessoas, 28 nas últimas 24 horas.

No Angelus dominical, rezado na cidade italiana de l’Aquila, o Papa Francisco assegurou sua proximidade às populações do Paquistão “afetadas por inundações de proporções desastrosas. Rezo pelas muitas vítimas, pelos feridos e pelos deslocados, e para que a solidariedade internacional seja rápida e generosa”.

Nesta segunda-feira, uma enorme operação de socorro estava em andamento em todo o país, onde a ajuda internacional lentamente começa a chegar. Mais de 33 milhões de pessoas, ou um em cada sete paquistaneses, foram afetados pelas enchentes e quase um milhão de casas foram destruídas ou severamente danificadas, segundo o governo.

As autoridades ainda tentam chegar a povoados isolados localizados em áreas montanhosas no norte do país, o que poderia aumentar ainda mais o número de vítimas.

 

A monção, que geralmente dura de junho a setembro, é essencial para a irrigação das plantações e para a reposição dos recursos hídricos do subcontinente indiano. Mas também traz sua parcela de drama e destruição a cada ano. Papa a ministra da Mudança Climática, Sherry Rehman, esta é "a monção monstruosa da década"

Autoridades paquistanesas atribuem o clima devastador às mudanças climáticas dizendo que o Paquistão está sofrendo as consequências de práticas ambientais irresponsáveis ​​em outras partes do mundo.

Essas tempestades são comparáveis ​​às de 2010, ano em que 2.000 pessoas morreram e quase um quinto do país foi submerso pelas chuvas das monções.

O governo informou que mais de 80.000 hectares de terras agrícolas foram devastados e mais de 3.400 quilômetros de estradas e 157 pontes foram levadas.

O rio Indo agora ameaça estourar suas margens, alimentado pelas águas de dezenas de rios e riachos montanhosos no norte, devido às chuvas recordes e ao derretimento das geleiras.

A maior parte do Estado de Sindh está agora debaixo d'água, dificultando as operações de socorro sob a supervisão do exército paquistanês.

Helicópteros do Exército também lutam para socorrer pessoas em perigo no norte do país, onde o terreno, formado por altas montanhas e vales profundos, torna as condições de voo extremamente arriscadas.

Muitos rios transbordam nesta região popular entre os turistas, demolindo dezenas de edifícios, incluindo um hotel de 150 quartos que desabou, levado por uma torrente de água.

O governo declarou estado de emergência e pediu ajuda à comunidade internacional.

No domingo chegaram os primeiros voos de ajuda humanitária, provenientes da Turquia ou dos Emirados Árabes Unidos.

*Notícia atualizada às 9h17 desta segunda feira, com informações das Agências AP e AFP

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui

28 agosto 2022, 14:44