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Apoiadores do recém-eleito presidente do Sri Lanka Ranil Wikeramasinghe comemoram em Colombo em 20 de julho de 2022.  (Foto de Arun SANKAR/AFP) Apoiadores do recém-eleito presidente do Sri Lanka Ranil Wikeramasinghe comemoram em Colombo em 20 de julho de 2022. (Foto de Arun SANKAR/AFP)  

Eleito novo presidente do Sri Lanka

Eleito pelo Parlamento esta manhã com 134 votos, Ranil Wickremesinghe é um político de longa data, ele não é apreciado pela população por sua proximidade com a família Rajapaksa. O candidato da oposição, Dullas Alahapperume, obteve apenas 82 votos.

O Parlamento do Sri Lanka elegeu nesta quarta-feira, 20, Ranil Wickremesinghe como novo presidente, o 8º na história do país.

Os parlamentares se reuniram esta manhã para eleger o sucessor de Gotabaya Rajapaksa, que após meses de protestos deixou o país e formalizou sua renúncia em 14 de julho.

Wickremesinghe, ex-primeiro-ministro, havia sido nomeado presidente interino porque a Constituição prevê que o cargo não pode permanecer vago.

O ex-primeiro-ministro, eleito com 134 votos, disputou o pleito com o candidato da oposição Dullas Alahapperume, que obteve 82 votod, e Anura Kumara Dissanayake, líder do Poder Popular Nacional, que recebeu votos de 3 deputados.

 

Entre os 225 parlamentares houve duas abstenções e 4 votos considerados inválidos. Alahapperuma recebeu o apoio de Samagi Jana Balawegaya, o principal partido da oposição, da Aliança Nacional Tamil, do Partido da Liberdade do Sri Lanka e de vários deputados independentes. Uma facção do partido majoritário, o Sri Lanka Podujana Peramuna, que havia declarado seu apoio a Wickremesinghe, também optou por votar em Alahapperuma.

Inicialmente, a disputa deveria contar com quatro candidatos, mas o líder da oposição Sajith Premadasa retirou sua candidatura declarando seu apoio a Alahapperuma.

Wickremesinghe iniciou a atividade política em meados da década de 1970 como representante do Partido Nacional Unido (UNP), o qual lidera desde 1994. Entrou no Parlamento em 1977 e foi nomeado vice-ministro das Relações Exteriores por seu tio e primeiro presidente do Sri Lanka, J. R. Jayewardene. Ele então presidiu o Departamento da Juventude e do Emprego, tornando-se o ministro mais jovem do país.

Ele também foi primeiro-ministro seis vezes, embora nunca tenha completado um mandato. O último foi o mais curto: o presidente Rajapaksa o chamou ao governo em maio deste ano, após a renúncia de seu irmão Mahinda, que havia deixado o cargo na tentativa de acalmar a agitação popular. Os cingaleses acusaram a família Rajapaksa de corrupção e de ser responsável pela dramática situação econômica que o país enfrenta.

O Sri Lanka está de fato em inadimplência financeira, com uma insolvência de mais de US$ 50 bilhões. O país não consegue importar combustível há meses e a inflação ultrapassou os 54%, impedindo os cidadãos de comprar bens de primeira necessidade, principalmente alimentos e remédios. Os protestos da população contra o alto custo de vida culminaram em 9 de julho com a ocupação do Palácio Presidencial em Colombo e a expulsão de Gotabaya Rajapaksa.

Wickremesinghe, que é mal visto  pela população por sua proximidade com a família Rajapaksa, deve permanecer no cargo até 2024, completando o mandato do ex-presidente e tentando tirar o país da crise econômica. Nos últimos dias, o ex-primeiro-ministro anunciou que as negociações com o Fundo Monetário Internacional estavam chegando ao fim. No ano passado, o Sri Lanka também recorreu à China e à Índia em busca de ajuda financeira.

*Com Asianews

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20 julho 2022, 11:53