Patriarca dos Caldeus, cardeal Louis Raphael Sako Patriarca dos Caldeus, cardeal Louis Raphael Sako 

Iraque: o cardeal Sako apela para que não seja ignorada a paz civil

Depois das eleições antecipadas, protestos dos perdedores. O cardeal Sako: “Ignorar a paz civil, a unidade nacional e a segurança dos cidadãos é um pecado grave. Vencer e perder são a norma na vida”

Vatican News

"Os políticos devem voltar ao diálogo dos corajosos, adotando racionalidade e calma e evitando tensões": são palavras do Cardeal Louis Raphael Sako, Patriarca da Babilônia dos Caldeus, apelando aos iraquianos para que as eleições legislativas de 10 de outubro não criem desordem. Os resultados confirmaram a maioria no Parlamento para o bloco liderado pelo religioso xiita Muqtada al-Sadr, que obteve 73 das 329 cadeiras da assembleia. Enquanto que a aliança Fatah, que também é xiita, obteve somente 14, 34 a menos do que na legislatura anterior. O movimento não reconheceu o voto e, portanto, espera-se um confronto entre as duas facções xiitas. Não será fácil chegar a um acordo sobre o novo Primeiro Ministro, tradicionalmente um muçulmano xiita.

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A baixa participação na votação de 10 de outubro, que antecipou as eleições de 2022 em resposta aos protestos de rua, foi vista como uma forma de a população expressar sua discordância em relação aos partidos no poder, especialmente porque muitas das reivindicações feitas nas manifestações não foram atendidas.

Vencer e perder são a norma da vida 

O Cardeal Sako apela aos cidadãos para o bem do país, dizendo que o "bloco político" não serve a ninguém. "Os vencedores têm o direito de se regozijar, mas não têm o direito de 'quebrar' os perdedores", salientou o cardeal em uma declaração publicada no portal do Patriarcado da Babilônia dos Caldeus, acrescentando que aqueles que acreditam que há injustiças devem exigir justiça e o Judiciário, em vez de usar armas. "Ignorar a paz civil, a unidade nacional e a segurança dos cidadãos é um pecado grave", continuou o Cardeal Sako. Vencer e perder são a norma na vida. O cardeal espera que "os políticos entendam que a relutância da maioria dos cidadãos em votar expressa sua decepção" e convida as pessoas a rezar para que Deus preserve o Iraque.

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19 outubro 2021, 10:52