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Bélgica: publicado relatório anual sobre casos de abuso sexual infantil na Igreja

Desde a criação dos centros de denúncia de abusos, foi estabelecida uma comunicação regular com a mídia e a sociedade a fim de ter uma política transparente e encorajar as vítimas a se apresentarem e não permanecerem em silêncio.

Vatican News

Houve 59 denúncias de abuso sexual de menores na Igreja Católica Belga em 2020. Isto é o que está contido no relatório anual que acaba de ser publicado pela Conferência Episcopal daquele país. O número de casos é maior do que em 2016-2017, quando foram registradas 8 denúncias, enquanto em 2018-19 foram assinaladas 64: "o aumento do número de denúncias em 2020 talvez seja uma consequência do reiterado desejo de prestar séria atenção a possíveis medidas corretivas, mesmo que seja claro na Igreja que a injustiça cometida não pode ser reparada", explica o prof. Manu Keirse, presidente da Fundação Dignity. Quanto à distribuição geográfica das denúncias apresentadas em 2020, 35 (59%) eram provenientes da região de língua holandesa, 7 da arquidiocese de Malines-Bruxelas e 17 (27%) da Valônia; 46 queixas (78%) foram apresentadas pela própria vítima, 3 por parentes da vítima e 10 por outras organizações. Em um caso, pela primeira vez em nove anos de tratamento de casos de abuso por parte da Igreja belga, a queixa veio tanto do agressor quanto da vítima. Das vítimas, mais da metade eram homens (54%), enquanto os agressores eram quase exclusivamente homens. 61% das denúncias diziam respeito a crimes ocorridos há mais de 30 anos, com a metade dos infratores já falecidos. No momento da denúncia, 45 vítimas (70%) tinham mais de 40 anos, 16 mais de 60 anos, 9 entre 20 e 40 anos, 2 entre 18 e 20 anos, 3 com menos de 18 anos. Em um caso, a vítima faleceu e a reclamação foi feita por um terceiro.

Entre os diversos casos, 16 ocorreram em ambientes escolares, enquanto 18 se verificaram em paróquias. As denúncias de abuso sexual se dividem em quatro categorias: 10 foram classificadas na categoria 1 (agressão sem violência ou ameaça, com compensação financeira até um máximo de 2.500 euros); 27 na categoria 2 (agressão com violência ou ameaça, ou com presunção de ameaça ou violência contra uma criança menor de 16 anos, com compensação financeira de até 5.000 euros); 16 na categoria 3 (estupro com penetração sexual de qualquer tipo, com compensação financeira de até 10.000 euros); 4 foram classificados na categoria 4 (fatos que, devido à sua gravidade, longa duração ou circunstâncias particulares resultam em danos extremos e manifestos, com compensação financeira de até 25.000 euros). A compensação financeira foi paga para 22 dos 44 casos já encerrados, mas as vítimas também pedem outras medidas de compensação além das financeiras: na maioria das vezes pedem um colóquio como forma de reconhecimento do abuso (42 dos 59, ou seja, 71%) ou mediação com o responsável da congregação ou diocese à qual o abusador falecido pertencia. Apenas 3 pessoas pediram para se encontrar com o agressor. No total, de 2012 a 2020, foram apresentadas 553 denúncias. Desde a criação dos centros de denúncia de abusos, foi estabelecida uma comunicação regular com a mídia e a sociedade a fim de ter uma política transparente e encorajar as vítimas a se apresentarem e não permanecerem em silêncio.

 Vatican News Service - TC

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16 setembro 2021, 09:38