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Afeganistão: aumenta a violência contra as crianças

O representante do UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Hervé Ludovic De Lys faz um apelo urgente para chamar a atenção do mundo sobre a situação das crianças no Afeganistão

Vatican News

No Afeganistão a situação continua tensa com o avanço dos Talibã que já conquistaram cinco capitais, provocando a fuga de milhares de pessoas que tentam fugir do país. As últimas notícias anunciam que os Talibã rejeitam apelos internacionais para um cessar-fogo e avançam rumo à capital. As violências iniciaram em maio desde que os Estados Unidos e a Otan anunciaram que abandonariam o país depois de 20 anos de conflitos militares. Diante do avanço dos insurgentes, os exércitos afegão e norte-americano levaram a cabo múltiplos ataques aéreos. A população sofre as consequências. Desde o início do ano, os combates já mataram mais de 5 mil civis e terão levado, aproximadamente, 270 mil afegãos ao exílio.

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Porém quem mais sofre são as crianças, Hervé Ludovic De Lys representante do Unicef, fez uma declaração urgente sobre a grave violação dos direitos das crianças que são as maiores vítimas de uma guerra que não é sua. "O UNICEF está chocado com a rápida escalada de violações graves contra crianças no Afeganistão”, afirma o representante. “Nas últimas 72 horas, 27 crianças foram mortas e 136 ficaram feridas nas províncias de Kandahar, de Khost e Paktia. As atrocidades aumentam dia após dia”.

“Não são números”

“Estes não são números – afirma com decisão De Lys - cada uma dessas mortes e cada caso de sofrimento físico é uma tragédia pessoal. Estas crianças são filhas e filhos muito queridos e desejados, irmãos e irmãs, primos e amigos. Todos eles são crianças cujo direito à proteção sob o direito humanitário internacional tem sido ignorado pelas partes em guerra. Essas atrocidades também são provas da natureza brutal e da escala da violência no Afeganistão, que afeta crianças já vulneráveis”.

Recrutados e traumatizados

O representante fala de outro aspecto também grave: “Além desta situação terrível, o UNICEF está profundamente preocupado com relatos de que as crianças estão sendo cada vez mais recrutadas para o conflito por grupos armados. Também, muitos meninos e meninas ficam profundamente traumatizados ao testemunharem atrocidades cometidas contra suas famílias e outras em suas comunidades”.

Pagam com sua infância

O representante conclui recordando com desolação: “As crianças não deveriam pagar com sua infância pelo agravamento do conflito. Somente uma completa cessação das hostilidades pode proteger as crianças do Afeganistão. Enquanto o conflito piora, o direito das crianças de crescerem está comprometido; seu futuro é em perigo e sua contribuição para as perspectivas da sua pátria diminuem. Todas as crianças, incluindo crianças com deficiências, precisam agora de proteção e paz. O UNICEF apela a todos os envolvidos em esforços de mediação para que as partes beligerantes respeitem suas obrigações internacionais para com as crianças".

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10 agosto 2021, 10:38