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Diante da violência em Jacarezinho, arcebispo do Rio exorta caminhos de paz na cidade

As cenas de violência e de terror na favela de Jacarezinho, uma das maiores e mais violentas do Rio de Janeiro, fizeram o giro do mundo. Uma operação policial na quinta-feira (6) de manhã deixou 25 pessoas mortas e provocou um intenso tiroteio, expondo pelo menos 35 mil moradores ao perigo. O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, ao tomar conhecimento da notícia que “estarreceu a cidade” encorajou todos para que se encontre “caminhos de paz e de entendimento para os conflitos”.

Andressa Collet - Vatican News

A violência que expôs pelo menos 35 mil moradores de Jacarezinho, bairro da zona norte do Rio de Janeiro onde se encontra uma das maiores e mais violentas favelas da cidade, na manhã de quinta-feira (6), vem a se somar aos muitos problemas enfrentados pela comunidade diante da situação econômica e o próprio agravamento da pandemia de Covid-19. A reflexão é feita pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, ao tomar conhecimento da operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas, que durou quase 9 horas, deixou 25 pessoas mortas e provocou um intenso tiroteio.

A operação mais letal da história do Rio

Cenas de terror e rastros de sangue, além de depoimentos dos moradores, foram divulgados pelas redes sociais compondo um cenário de violência nunca antes visto. Segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e a plataforma Fogo Cruzado, essa foi a operação policial mais letal da história do Estado do Rio. Além das 25 vítimas fatais, dois passageiros do metrô foram baleados, mas sobreviveram, e moradores e policiais civis ficaram feridos.

O arcebispo, em entrevista ao Vatican News, disse que está rezando pelas famílias enlutadas e lamenta tantas vidas perdidas numa comunidade em que a Igreja também tem atuado, através da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora e de iniciativas sociais e educacionais. Pelas redes sociais, a própria paróquia anunciou o cancelamento das atividades paroquiais na quinta-feira (6).

A Arquidiocese do Rio de Janeiro, então, se une à cidade que testemunhou “estarrecida uma notícia como essa”, comentou dom Orani, encorajando todos para que se encontre “caminhos de paz e de entendimento para os conflitos”:

“São muitas injustiças, muitos problemas, passando pelo problema da pandemia e também da questão econômica, onde tantos estão desempregados, e ainda se acrescenta a violência. Nós nos unimos a toda cidade para pedir que nós encontremos os caminhos de paz e entendimento, pois é lamentável tudo isso. E, que ao mesmo tempo, que nós rezamos pelos falecidos, nós também continuaremos com a nossa presença ali nessa região, religiosa - social – educacional, buscando levar às pessoas ao encontro um com outro com Deus e com o mundo mais justo e mais humano. Lamentamos profundamente esse momento da história dessa cidade que é classificada como a ação mais letal da história do Rio de Janeiro e nos unimos a todos aqueles que sofrem: familiares, amigos e conhecidos e a todos da comunidade de Jacarezinho que passam por esse momento. E, ao mesmo tempo, nos unimos à cidade toda, e que nós saibamos encontrar os caminhos que nos levam realmente ao entendimento de caminhos de paz. Rezamos e nos unimos para buscarmos soluções pacíficas para os conflitos da grande cidade.”

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07 maio 2021, 12:00