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Começa o Ramadã, oração nas mesquitas, mas com horário antecipado

Tem início nesta terça-feira (13/04) o mês sagrado para os muçulmanos que, em todo o mundo, também este ano será regido pelas restrições anti-coronavírus. Na Itália as mesquitas e salas de oração estão abertas de acordo com as regras.

Francesca Sabatinelli – Vatican News

Segundo Ramadã em tempo de pandemia. O mês sagrado de jejum e oração para os muçulmanos de todo o mundo, também este ano se confrontará, a partir de hoje (13/04) até 12 de maio, com a Covid e as restrições impostas por vários governos. Orações em grupo e as reuniões de família e amigos, uma parte habitual da quebra do jejum diário, serão, portanto, limitadas. Em muitos países, no ano passado, no final do Ramadã, a reclamação de Ahmed Al-Mandhari, diretor regional da Organização Mundial da Saúde para o Mediterrâneo Oriental, "o levantamento precipitado do toque-de-recolher imposto na época e a reabertura dos locais das congregações levaram a graves consequências que duraram meses". O medo é que possa haver um alto ressurgimento de contágios, daí a decisão de adotar medidas severas, para evitar que as celebrações coletivas se tornem lugares de transmissão do vírus. No Irã, o governo anunciou um bloqueio nacional de dez dias que também diz respeito às mesquitas; no Marrocos, o Conselho de Ministros, entre outras medidas, estabeleceu a prorrogação do toque-de-recolher das 20h às 6h. Em muitos países, além disso, o convite das autoridades religiosas tem sido para participar da campanha nacional de vacinação, mesmo durante o mês santo. Na Arábia Saudita, a fim de evitar reuniões, as mesquitas foram proibidas de servir refeições antes e depois do jejum, e a grande mesquita de Meca, um lugar sagrado para todos os muçulmanos, será sanificada dez vezes ao dia, com mais de 60 mil litros de material higienizante.

A dimensão social e comunitária do Ramadã

O Ramadã celebra a primeira revelação do Alcorão a Maomé. O jejum durante este mês é um dos pilares do Islã, assim como o testemunho de fé, a oração, a esmola legal e a peregrinação a Meca. Neste período os fiéis jejuam do alvorecer ao entardecer, não bebem e não fumam. É uma das práticas mais vividas pelos muçulmanos, mesmo para aqueles que não são muito praticantes, porque o Ramadã também tem uma forte dimensão social. Yassine Lafram, presidente da Ucoii, a União das Comunidades Islâmicas da Itália, explica isso ao Vatican News. "O Ramadã educa você à paciência, para sentir-se mais próximo dos pobres, dos necessitados, porque quando você tem fome você percebe quem tem fome, quando você está com sede você percebe quem tem sede". O Ramadã, portanto, torna-se uma "escola intensiva no que diz respeito à solidariedade, altruísmo, proximidade com as pessoas mais necessitadas". Os muçulmanos se tornam ainda mais generosos durante o mês do Ramadã".

Horário antecipado para orações noturnas

Em comparação com o ano passado, mesquitas e salas de oração na Itália serão reabertos especialmente para as orações noturnas, que são as mais importantes, pois veem os fiéis reunidos após um longo dia de jejum. "Este ano - explica Lafram - temos a possibilidade de reabrir porque assinamos um protocolo com o então governo italiano de Giuseppe Conte, que previa a reabertura de locais de culto de acordo com certas regras, certas precauções". Estas incluem o cumprimento absoluto do horário de recolher, todas as orações devem terminar até às 21h30, para que as pessoas possam ter tempo de voltar para suas casas. "Este tem sido um grande problema para nós, porque convencer as comunidades islâmicas a antecipar as orações da noite não tem sido fácil, é a primeira vez que tal situação ocorre em nossa história contemporânea, portanto, também é difícil para as pessoas compreenderem estas escolhas, mas não temos outra alternativa senão antecipar os tempos de oração, como foi feito para o Natal e para os feriados da Páscoa".

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13 abril 2021, 15:52