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Níger. Urnas usadas na eleição presidencial e parlamentar de 27 de dezembro Níger. Urnas usadas na eleição presidencial e parlamentar de 27 de dezembro 

Níger rumo a uma transição democrática

O país da África Ocidental votou no domingo (27), o primeiro turno das eleições gerais. O candidato apoiado pelo atual presidente reivindica realizações econômicas nos últimos anos, enquanto a oposição denuncia uma restrição das liberdades individuais. A ameaça do terrorismo permanece. O comboniano Padre Filippo Ivardi, fala sobre a situação

Andrea De Angelis – Vatican News

Foi um domingo de eleições no Níger: sete milhões e meio de nigerinos foram convocados a votar nas eleições presidenciais e parlamentares. O país encontra-se em uma encruzilhada entre a continuidade com o passado recente e a mudança. Por um lado, de fato, há Mohamed Bazoum, apoiado pelo atual presidente Mahamadou Issoufou; por outro, há um grande número de candidatos, sintoma de uma oposição desunida, mas que, no entanto, visa vencer as eleições.

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A economia

O candidato Bazoum reivindica as melhorias dos últimos anos, desde o aumento da infra-estrutura até uma maior segurança, e o aumento constante do PIB. As oposições respondem denunciando menos liberdades individuais e apontando o dedo em particular para o enfraquecimento da educação. Além da dialética da campanha eleitoral, deve-se dizer que o Níger encontra-se entre os últimos países com aceitável índice de desenvolvimento humano segundo as Nações Unidas. Além disso, o Níger enfrenta o drama da entrada de milhares de migrantes da África subsaariana que tentaram nos últimos anos chegar à Líbia e Argélia, fazendo com que o país se torne uma das nações mais hospitaleiras de todo o Sahel.

A estabilidade

"Os problemas a serem resolvidos pelo novo presidente certamente são muitos, da migração à segurança, sem esquecer o desafio da pandemia e os danos das recentes enchentes". São informações obtidas com o Pe. Filippo Ivardi, editor da revista dos missionários combonianos Nigrizia.

“Os recentes ataques mostraram em particular - destacou - como a segurança é fundamental para o futuro do Níger, mas também depende da estabilidade". Uma estabilidade que "às vezes falta em toda a região, devido ao interesse dos grupos armados em facilitar a busca de recursos provenientes da migração, como os sequestros, que acabam sendo uma das fontes de maior renda".

Há um favorito nas eleições

"Certamente o favorito é o candidato apoiado pelo atual presidente Issoufou, ou seja, Mohamed Bazoum. A oposição está decididamente fragmentada, e até mesmo as recentes eleições municipais viram seu partido vencer com grande maioria", acrescenta Padre Ivardi. Por fim, a pandemia de Covid-19. "Este é outro problema, também no que diz respeito à percepção do fenômeno. Muitas vezes a população considera o coronavírus como uma questão ocidental, por isso é importante sensibilizar neste sentido".

A história recente

A colonização francesa do país foi concluída no século XIX. Em 3 de agosto de 1960, o Níger conquistou a independência e tornou-se uma república presidencial. Foi redigida e aprovada uma nova Constituição em 1999, mas a primeira década do século XXI foi marcada pela instabilidade, entre ditaduras militares e governos de transição. Em 18 de fevereiro de 2010, um golpe de Estado derrubou o presidente Tandja Mamadou. No ano seguinte foram realizadas novas eleições, que viram Mahamadou Isooufou ganhar com 58% dos votos. Issoufou liderou o país por dez anos, as atuais eleições decidirão o seu sucessor.

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28 dezembro 2020, 09:55