Fausta Pereira, gestora Projeto Raízes e Cultura Fausta Pereira, gestora Projeto Raízes e Cultura 

Pemba: “Desastre humanitário” que precisa da “ajuda internacional”

Entrevista à VATICAN NEWS de Fausta Pereira, gestora do Projeto Raízes e Cultur@, que promove o ciclo de conversas dedicado às identidades e culturas moçambicanas.

Domingos Pinto-Lisboa

“Moçambique tem um património cultural muito grande e esse património precisa, por um lado, de ser discutido, mas precisa também de ganhar visibilidade”.

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É a perspetiva sublinhada em entrevista ao portal da Santa Sé por Fausta Pereira, Gestora do Projeto Raízes e Cultur@, financiado pela União Europeia e pelo Instituto Camões.

Um projeto que está a ser desenvolvido em Moçambique, em particular no distrito de Maputo, pela Fundação Fé e Cooperação (FEC) em parceria com a Khandlelo, uma associação local.

Declarações de Fausta Pereira no contexto do Ciclo de Conversas dedicado às identidades e culturas moçambicanas organizado no âmbito do projeto que naquele país lusófono aposta no empreendedorismo, promoção da literacia e leitura, e ainda do património e cultura de Moçambique.

Um ciclo de 4 conversas online nos meses de julho e agosto apoiado também pela Fundação Fernando Leite Couto centrado em áreas tão diversificadas como a literatura, artes plásticas, artesanato, teatro e cinema.

“Estratégias Culturais – Ter Saudades do Futuro” foi o tema de abertura no passado dia 20 de Julho, seguiu-se “O Papel das Associações Culturais” a 31 do mês passado; Nos dias 21 e 24 de agosto, o debate vai passar por temáticas como “Ser Artista Hoje em Moçambique” e “Como se sente a Diáspora? A identidade vivida por fora”.

Para Fausta Pereira, a gestora do Projecto, há artistas moçambicanos que já conseguem “exposição internacional”, mas “há muitos outros que ainda estão no anonimato e que precisam realmente dessa ajuda, desse empurrãozinho para conseguirem maior visibilidade”.

“Os problemas sociais em Moçambique são muitos e agora com a situação da COVID esses problemas tendem a agravar, e é com alguma tristeza que me deparo com algumas situações de fome, de desemprego, de carência na área da saúde” alerta Fausta Pereira.

A gestora do Projeto Raízes e Cultur@ elogia ainda o bispo de Pemba pelo “trabalho notável, no que diz respeito a chamar a atenção pública para o que se está a passar no norte de Moçambique”.

“É uma situação que precisa de chegar à agenda do espaço mediático, precisa de ter visibilidade mundial para que possamos ser solidários; possamos, no fundo, transformar aquilo que é um desastre humanitário nalguma coisa positiva. Temos de resolver esta situação que precisa da ajuda internacional”, exorta Fausta Pereira.

 

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12 agosto 2020, 10:13