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Crianças, vítimas da guerra na Síria Crianças, vítimas da guerra na Síria 

UNICEF. Investir nas crianças da Síria é investir no futuro

A diretora do UNICEF Henrietta Fore informa à ONU sobre a dramática situação das crianças na Síria. "Medimos esse fracasso global nas vidas inocentes perdidas e destruídas pelo conflito", alerta a presidente e faz um forte apelo à ONU

Cidade do Vaticano

A diretora do UNICEF Henrietta Fore, informou o Conselho de Segurança da ONU sobre a dramática situação das crianças na Síria depois de nove anos de guerra.

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A senhora Fore iniciou deixando clara a situação: “Mais um ano. Mais uma década. Outro capítulo sombrio da catástrofe síria que deixou o país e seu povo se recuperando da dizimação e da destruição de uma guerra aparentemente sem fim”. Depois recordou que só em 2020, dois meses deste ano, já morreram cerca de 300 pessoas em Idlib e Alepo.

Combates levam ao deslocamento

“A escalada dos combates no noroeste desde dezembro - recordou a presidente do UNICEF -  empurrou mais de 900 mil pessoas, incluindo mais de meio milhão de crianças, para longe de suas casas e para o perigo. Um movimento de massa impressionante de pessoas em tão pouco tempo”. “Muitos deles foram em direção da fronteira da Turquia”, observou, “vivem em tendas improvisadas, prédios públicos e ao ar livre, amontoados sob árvores – expostos a chuvas, neve e frio abaixo de zero de um inverno rigoroso na Síria”.

Ataques às escolas

“Os recentes ataques a esses campos improvisados em Idlib – e a crianças e professores assassinados há apenas dois dias, quando 10 escolas foram atacadas – são ao mesmo tempo repreensíveis e moralmente repugnantes. Esses atos também demonstram claramente as terríveis condições diárias daqueles que vivem esse pesadelo”.

Crianças morrem de frio

Nesses assentamentos informais, crianças e mulheres correm um risco particular de violência e exploração. Os banheiros improvisados não oferecem segurança ou privacidade. No noroeste, 280 mil crianças tiveram sua educação cruelmente roubada. Estima-se que 180 escolas estejam fora de operação – destruídas, danificadas ou sendo usadas para abrigos. Outro golpe nas esperanças e no futuro das crianças. O acesso aos cuidados de saúde é quase inexistente ou financeiramente fora de alcance. Os hospitais continuam sendo alvo. Setenta e dois suspenderam os serviços por causa dos combates. Mas a situação no noroeste é apenas o último registro na devastação da guerra.

Em todo o país, a guerra de nove anos dizimou os serviços públicos. Mais da metade de todas as unidades de saúde e três em cada dez escolas não são funcionais.

A vida diária das pessoas

Nos 11 milhões de pessoas na Síria que ainda precisam de assistência humanitária urgente, quase metade são crianças. As famílias são forçadas a vender seus bens domésticos – ou enviar suas crianças para o trabalho – apenas para atender às necessidades básicas. As crianças ficam sem imunizações vitais, tratamentos médicos ou outros serviços de saúde devido aos altos custos ou lacunas no serviço. Uma em cada três crianças sírias está fora da escola. E acima de tudo, medimos esse fracasso global nas vidas inocentes perdidas e destruídas pelo conflito.

Depois de relatar sobre a situação econômica e financeira do país que afeta a vida das famílias, a senhora Fore fez um apelo ao presidente da ONU: “Senhor presidente, precisamos deste Conselho e de seus membros para defender as crianças da Síria e falar em uníssono”. Pede para que sejam tomadas medidas urgentes para melhorar a situação e em particular “para que libertem todas as crianças da detenção e as coloquem sob cuidados adequados” .

E recorda: “Investir nas crianças da Síria é o melhor investimento que qualquer um de nós pode fazer. Um investimento no futuro. Um investimento na paz”

(Fonte: Site Unicef)

      

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04 março 2020, 15:27