Governo e oposição do Sudão do Sul assinam a Declaração de Roma Governo e oposição do Sudão do Sul assinam a Declaração de Roma 

Sudão do Sul: compromisso para pôr fim às hostilidades

No domingo (12), foi assinada na Comunidade de Santo Egídio, a Declaração de Roma, com a qual o governo e a Aliança dos Movimentos de Oposição do Sudão do Sul (Ssoma) manifestaram seu compromisso em cessar as hostilidades a partir de 15 de janeiro

Marina Tomarro – Cidade do Vaticano

Neste domingo (12) foi assinado um Acordo para o fim das hostilidades no Sudão do Sul. O Acordo foi assinado na Comunidade Santo Egídio de Roma, entre o governo do Sudão do Sul e os opositores da Aliança dos Movimentos de Oposição do Sudão do Sul (Ssoma). Portanto, o forte gesto do Papa Francisco (em 11 de abril do ano passado) que se ajoelha diante dos líderes sul-sudaneses, beijando seus pés e implorando para que terminassem os combates, pode ser considerado um encorajamento. Com este Acordo, o governo e os movimentos de oposição que não faziam parte do acordo de paz de Addis Abeba manifestaram seu compromisso pela cessação das hostilidades a partir de 15 de janeiro.

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Um trabalho que durou dois anos

Na coletiva de imprensa para a apresentação do documento o secretário-geral da Comunidade de Santo Egídio, Paolo Impagliazzo explicou: “A Declaração de Roma para o processo de paz no Sudão do Sul é de grande importância porque é o resultado de um trabalho intenso que durou mais de dois anos e do compromisso que a Comunidade de Santo Egídio exerceu para facilitar o diálogo político no Sudão do Sul. O acordo de paz quer dizer um renascimento para este país e a possibilidade de um diálogo político entre as várias partes ao redor de uma mesa sem discussões. O Papa Francisco, com o seu gesto no encontro de 11 de abril, atingiu o coração de todos, levando-os seriamente a buscar um caminho de reconciliação”.

O início de um caminho de paz

Governo e oposição declararam que estão prontos para permitir o acesso humanitário, que tinha sido interrompido, às organizações locais e internacionais, inclusive as não governamentais, para aliviar os sofrimentos da população martirizada pela guerra e também pelas terríveis enchentes. Barnaba Marial Benjamin, chefe da delegação do Governo do Sudão do Sul observa: “Ainda temos muito caminho pela frente, por isso pedimos que não nos abandonem, mas continuem a sua colaboração conosco”. De fato, o trabalho da Comunidade de Santo Egídio para obter este resultado é intenso. Paolo Pagliazzo afirma: “Continuaremos a seguir este processo e brevemente será feita uma nova reunião para entender como atuar os mecanismos do cessar fogo e propor uma agenda de compromissos para iniciar um verdadeiro diálogo político”.

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14 janeiro 2020, 09:39