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Hemofilia: graves desigualdades entre países ricos e pobres

Sensibilizar as comunidades e identificar os doentes. Estes são os objetivos do Dia Mundial da Hemofilia, que é celebrado desde 1989 no dia 17 de abril.

Cidade do Vaticano

A hemofilia é uma doença genética, presente desde o nascimento, que se manifesta nos primeiros anos de vida, caracterizada pela dificuldade de coagulação do sangue. O dia 17 de abril representa para a comunidade de hemofílicos e seus familiares, um marco na busca pela melhoria da qualidade de vida dos hemofílicos de todo o mundo. Tem como objetivo também chamar a atenção sobre a importância de aumentar o acesso dos pacientes ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado, que ainda é insuficiente.

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Uma doença rara que afeta 400 mil pessoas

Classificada como uma doença rara, atinge o mundo inteiro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) afeta cerca de 400 mil pessoas e o Ministério da Saúde no Brasil informa que em 2018 quase 12 mil pessoas convivem com a hemofilia. 

Sensibilizar as comunidades locais e formar agentes de saúde

Neste dia, sob o respaldo da ONU, a Federação Mundial da Hemofilia pede a todos os países para dar luz a esta doença e assim sensibilizar a comunidade internacional e as populações locais, principalmente nos países pobres e atrasados, formando agentes de saúde locais que saibam identificar e cuidar dos doentes, evitando os perigos de morte hemorrágica e garantindo-lhes uma melhor qualidade de vida. 

Como vivem os hemofílicos hoje

Em uma entrevista ao Vatican News, Luigi Ambroso, hemofílico e conselheiro da Federação Italiana de Hemofílicos fala sobre a situação de hoje:

“Atualmente podemos dizer que nos países desenvolvidos a assistência é muito boa. Porém, infelizmente na maior parte do mundo – falamos de países pobres – não há terapias para o tratamento da hemofilia”.  

Ao falar sobre a dependência das doações de sangue, Ambroso esclarece que “Há muitos anos a ciência colocou a disposição vários medicamentos. Por isso hoje apenas 30% - talvez menos de nós doentes – usamos produtos de derivação do sangue, portanto plasma e derivados. Mas esta percentagem está diminuindo porque estamos entrando em uma nova era com remédios que não precisam mais de sangue; são injeções subcutâneas com uma duração muito mais longa do que os remédios ainda usados que nos obrigam a infusões endovenosas que fazemos dependendo do tipo de hemofilia. O tipo A, portanto o mais grave, 3 vezes por semana e a hemofilia B com tratamentos a cada 15 dias”. “Assim, com estas novas terapias, passaremos a uma pequena injeção subcutânea, a cada sete dias, mas provavelmente no futuro será a cada 15 dias.

Por fim, Luigi Ambroso afirma que “o paciente hemofílico não é mais o paciente dos anos 60 ou 70, quando recorria a frase 'Devem viver em uma bolha de vidro'. Hoje em dia o paciente, graças aos tratamentos modernos, pode ter uma vida praticamente normal".

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16 abril 2019, 11:20