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Nayib Bukele vencedor da eleições presidenciais em El Salvador Nayib Bukele vencedor da eleições presidenciais em El Salvador 

Nayib Bukele vence eleições presidenciais em El Salvador

Confirmando as pesquisas, o ex-prefeito da capital, Nayib Bukele, 37 anos, venceu no primeiro turno as eleições presidenciais em El Salvador. Segundo os resultados preliminares chegou a 53,73% dos votos obtendo 1, 23 milhões de votos

Cidade do Vaticano

“Podemos anunciar que ganhamos no primeiro turno”, declarou Bukele, o candidato fora dos partidos tradicionais e que venceu as eleições com a bandeira da anticorrupção. Se os números do Tribunal Superior Eleitoral forem confirmados, não será necessário o segundo turno que estava previsto para o dia 10 de março. Bukele é um hábil comunicador nas redes sociais e em uma breve entrevista coletiva disse: “É um momento histórico, somamos mais votos que a FMLN e a Arena juntos”.

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Bukele deverá governar sem maioria no parlamento

A sua vitória, sublinham os observadores, termina com o bipartidarismo que governava o país há 30 anos. “Com este triunfo – foram suas primeiras palavras – viramos a página do pós-guerra em El Salvador”. Com 90% das urnas apuradas, comunicou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bukele obteve 1,23 milhões de votos, ou seja 53,75% seguido por Carlos Calleja, candidato do partido de direita da Aliança Republicana Nacionalista (Arena) com 31,62% ; e Hugo Martínez, do partido governista da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), que ficou relegado ao terceiro lugar com 13,77% dos votos.

O atual Presidente Salvador Sánchez Cerén da FMLN está no poder desde 2009, depois que a Arena tinha governado por vinte anos. Bukele será o presidente mais jovem da história do país e deverá governar sem uma maioria no parlamento. O seu partido da Grande Aliança pela União Nacional (Gana), controla apenas 11 das 84 vagas do parlamento.

Um país aflito pela pobreza, violência e emigração

Mais e 5 milhões de eleitores foram convocados para votar no pequeno país da América Central, aflito pela pobreza endêmica e pela violência dos grupos criminosos – o índice de homicídios é de 50,3 para cada 10 mil habitantes, um dos mais altos do mundo – e onde um quarto da população emigrou para os Estados Unidos. Muitos dos migrantes que faziam parte da caravana rumo à fronteira americana eram salvadorenhos. E não é um caso que um dos primeiros  a se congratular com Bukele foi o embaixador americano, Jean Manes. “Os Estados Unidos – escreveu no seu twitter – estão comprometidos em apoiar El Salvador no seu esforço para construir um país mais próspero e seguro”.

A voz dos bispos nas vésperas do voto

Duas semanas antes das eleições presidenciais, a Conferência Episcopal de El Salvador (Cedes) interveio no debate com uma nota assinada por todos os bispos do país na qual se reconhece que o chamado ao voto coincide “com um momento delicado, principalmente devido à frustração pela qual passa grande parte do povo, que se sente defraudado pelos partidos políticos, e pela corrupção de alguns dos principais dirigentes. Uma frustração que se torna insuportável nas regiões onde domina a violência criminosa”.

A Cedes recordava ao povo salvadorenho sua responsabilidade “na promoção do bem comum, através do voto, e de exercê-lo em plena consciência, de acordo com os nossos valores, escolhendo alguém que se comprometa seriamente em dar soluções aos graves problemas econômicos, sociais e políticos do nosso país”.

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04 fevereiro 2019, 11:59