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Iraque. Igreja suspende atividades depois dos violentos protestos em Basra

Em Basra prosseguem as manifestações contra o desemprego, pobreza e má qualidade dos serviços públicos. Desde o início já morreram 8 pessoas e 56 ficaram feridas. A Igreja local preocupada com a situação suspendeu parte de suas atividades, celebrando apenas Missas e celebrações litúrgicas.

Cidade do Vaticano

Por causa dos violentos protestos que atingiram o sul do Iraque “tivemos que interromper todas as atividades culturais e o catecismo” nas nossas igrejas e paróquias “para proteger a vida dos nossos fieis, principalmente das crianças”. São palavras Dom Alnaufali Habib Jajou, arcebispo caldeu de Basra, no sul do Iraque, onde nasceram os protestos que já causaram a morte de 8 pessoas e dezenas de feridos. “Todavia – diz o prelado – as missas e outras atividades litúrgicas prosseguem regularmente”.

As manifestações já se espalharam por várias regiões do sul xiita

O movimento de protesto social ganha terreno no país em particular, na região sul. Iniciadas em Basra, a mais importante região petrolífera do país e sede de uma recente crise hídrica de grandes proporções, as manifestações continuam e se espalharam por várias regiões do sul xiita. As principais reivindicações são contra a má qualidade dos serviços públicos, o desemprego (10% segundo os dados oficiais, mas com valores de até 60% entre os jovens) e a corrupção endêmica.

Governo anuncia medidas, mas as manifestações continuam

A origem dos confrontos com as forças de segurança, deve-se à tentativa dos manifestantes de bloquear os poços petrolíferos em Basra, alguns edifícios governamentais e sedes de partidos políticos. Em resposta às violências, o premiê iraquiano Haider al-Abadi, declarou que aproveitar os protestos para “incendiar edifícios públicos” é “uma tentativa de atrasar o país” e que por trás disso há “elementos do crime organizado”. Em seguida, foi anunciada a alocação de cerca de 3 bilhões de dólares para a província de Basra destinados a investimentos em moradias, educação e serviços. Também foi determinado que os recursos sejam usados para financiar a dessalinização da água na província, assim como a melhoria da rede elétrica e de serviços de saúde. Mas não foram suficientes para acabar com as violências, por isso foi determinado o estado de emergência nas cidades mais importantes do sul.

Dom Habib: a tensão pode aumentar

“A situação não é boa – sublinha Dom Habib – e a tensão pode aumentar se o governo não fizer mudanças significativas nas próprias políticas”. A crise hídrica, continua o Bispo, causa efeitos devastadores aqui “no sul do Iraque, uma das regiões mais quentes do mundo, onde a temperatura pode chegar a 53 graus”. Dom Habib confirma que há “numerosas vítimas e feridos”, alguns dos quais, “da cidade de Basra, onde iniciaram os protestos”.

Causas dos protestos

“As pessoas manifestam contra o desemprego, a pobreza, a má qualidade dos serviços públicos: eletricidade, água, poluição e deterioração da situação geral do país – adverte Dom Habib – enquanto que Basra é uma das cidades mais ricas em petróleo e gás natural (85% do total nacional)”. Nestes últimos dias, conclui, “ouvimos disparos e vimos a polícia usar canhões de água para desmobilizar os manifestantes que tentavam entrar em um edifício governamental e nas sedes da companhias petrolíferas”. (AsiaNews)

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18 julho 2018, 10:25