REPAM pede libertação de Padre Amaro REPAM pede libertação de Padre Amaro  

Por que Pe. Amaro está preso? Frei Xavier Plassat explica

O sacerdote, que tem recebido ameaças de morte desde 2005, trabalhou vários anos com Dorothy Stang, a missionária estadunidense assassinada em 2005 por fazendeiros. Desde então, Pe. Amaro tem seguido na luta pela defesa, conquista e permanência do povo no campo.

Cristiane Murray - Cidade do Vaticano

O Frei Xavier Plassat é dominicano, francês e residente no Brasil desde 1989. Vive em Araguaína, no estado do Tocantins, e coordena a campanha da Comissão Pastoral da Terra contra o trabalho escravo. Sua atuação lhe rendeu a Medalha Chico Mendes de Resistência em 2006 e o Prêmio Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República em 2008.

Quem é o sacerdote preso

Também membro da Comissão Pastoral da Terra, Padre José Amaro Lopes de Souza, pároco há 20 anos na Paróquia Santa Luzia, em Anapu, no Pará, encontra-se preso desde 27 de março sob a acusação de associação criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro e agressão sexual. O sacerdote, que tem recebido uma série de ameaças de morte desde 2005, trabalhou de perto por vários anos com Dorothy Stang, a missionária estadunidense assassinada em 2005 pelos fazendeiros da área. Desde então, Padre Amaro tem seguido na luta pela defesa, conquista e permanência do povo no campo.

Fazendeiro ocupa indevidamente as terras

A denúncia que levou à prisão do padre partiu de 10 fazendeiros, sendo que um deles, “não é uma pessoa qualquer”, afirma Frei Xavier.

A história das terras começou nos anos 70, quando a ditadura militar deu em “concessão de uso” a fazendeiros algumas glebas com a condição de que fossem respeitados requisitos como a preservação florestal. A partir dos anos 80, a Comissão Pastoral da Terra e outras entidades pressionaram o governo para que destinasse as terras, apropriadas ilegalmente e utilizadas para criação de gado e exploração de madeira, para a Reforma Agrária. Uma destas terras é ocupada indevidamente pelo fazendeiro que se negou a restituí-la e apresentou a queixa contra Padre Amaro.

Entrevistado pelo Vatican News, Frei Xavier opina que se trata “de um conjunto de acusações fáceis de se desmontar, mas que, depois de veiculadas de forma pesada na mídia nacional, fica bem difícil”.

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02 maio 2018, 06:50