A nossa estabilidade é a instabilidade - Rádio Renascença

Dulce Araujo - Vatican News

Como oportunamente se noticiou, decorreu de 25 a 27 de Janeiro, junto ao Santuário de Lourdes, na França, as “Vigésimas-sextas Jornadas de São Francisco de Sales”, sobre os media católicos. O pano de fundo foram os ensinamentos do Padroeiro dos jornalistas, nos 400 anos da sua morte. Três jornadas em que os 230 participantes de 26 países e quatro continentes refletiram sobre o tema “Como fazermo-nos ouvir hoje? Grandes vozes católicas respondem.” Entre essas vozes, estava a de Paolo Ruffini, Prefeito do Dicastério Vaticano para a Comunicação, um dos parceiros na organização das jornadas, encabeçada pela Federação dos Media Católicos. Em cima da mesa, temas como a coragem de falar de assuntos espinhosos, inclusive de abusos, mas - concluiu-se - sempre com equilíbrio, tendo em conta a verdade, a misericórdia e dando espaço à beleza de ser Igreja, ao amor que a sustenta e que é a essência de tudo como, aliás, ensinava São Francisco de Sales. E fazê-lo encontrando novas estratégias num mundo em turbulência e em que os chamados “influenciadores” parecem substituir os jornalistas. Reflexões, portanto, mas também testemunhos, como o do grande humorista judeu francês, realizador de um filme sobre a Virgem Maria e coprodutor de um espetáculo sobre Bernadette Soubirou, a vidente de Lourdes. Outro testemunho foi o do Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, que fez uma exaustiva explanação sobre a diplomacia vaticana ao serviço da paz.

E a propósito de paz, sobressaiu também a intervenção de Svitlana Duchovych, sobre o seu esforço por narrar a guerra na sua Pátria, Ucrânia a partir dos microfones da Rádio Vaticano, para dar voz a quem não a tem.

Rádio Renascença - Independência editorial

Num dos painéis - “Somos a voz da Igreja?” - interveio José Luís Ramos Pinheiro, Administrador do Grupo Renascença Multimédia - a emissora católica portuguesa, Rádio Renascença, que está a comemorar 85 anos de existência.

Na sua intervenção, José Luís falou das características dessa emissora e dos desafios que é chamada a enfrentar dia após dia para manter ao mesmo tempo a própria identidade católica e a independência editorial, ou seja, defender a verdade e a dignidade da vida, caso contrário se cai na propaganda e em relativismos.

Para isso há sempre que encontrar formas novas e criativas de comunicação capazes de suscitar o interesse das pessoas para aquilo que a Igreja lhes tem a dizer - afirmou mais tarde em entrevista ao Vatican News, explicando também como a Rádio Renascença consegue manter a sua independência editorial.

JMJ - Lisboa 2023 - Um estímulo, uma pedagogia

No que toca ao desafio da JMJ - Lisboa 2023, José Luís Pinheiro disse que esse evento constitui para a Rádio Renascença um estímulo a dar a conhecer a Portugal inteiro a face da Igreja de forma mais próxima dos jovens; será - sublinhou - pedagógico para todos: Igreja, media, sociedade.

Outro ponto tocado na conversa com a Vatican News foi a continua evolução da Rádio Renascença nos seus 85 anos de existência para encontrar sempre novas estratégias de comunicação. Nunca está parada, afirmou o entrevistado, acrescentando que a sua “estabilidade é a instabilidade”. Assim, depois de abraçar os podcasts, já está agora a olhar para o métaverso.

José Luís Ramos Pinheiro, Administrador do Grupo Renascença Multimédia, no que toca ao conteúdo, marketing e infraestruturas numéricas e tecnológicas. Falou à Vatican News, em Lourdes, no âmbito das “Vigésimas-sextas Jornadas São Francisco de Sales” - 25 a 27 de Janeiro 2023.