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As fortes chuvas fizeram estrago ainda no sábado, 26 de novembro As fortes chuvas fizeram estrago ainda no sábado, 26 de novembro 

Itália: a proximidade do Papa e da Igreja após tragédia na ilha de Ischia

Os deslizamentos de terra, causados por chuvas torrenciais, devastaram uma pequena cidade da ilha italiana no último sábado (26), deixando mortos, feridos e desaparecidos. Prejuízos e perdas humanas que exigem "leitura crítica de todos", disse dom Gennaro Pascarella, bispo local: "a maioria desses desastres pode ser evitada com a intervenção humana preventiva".
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Andressa Collet - Vatican News

A busca por desaparecidos presos sob a lama foi intensificada nesta terça-feira (29) na ilha italina de Ischia, a 30 Km de Nápoles, após fortes chuvas que atingiram a região, provocando inundações e deslizamentos de terra no último sábado (26). As equipes de resgate estão preocupados e acelerando as operações por medo das chuvas anunciadas para esta terça e quarta-feira que podem complicar as atividades de busca, pois ainda há muita lama nas estradas.

Os corpos de quatros pessoas ainda não foram encontrados e pelo menos 8 pessoas morreram, cinco ficaram feridas e 230 desalojadas. Entre as vítimas da tragédia, está um bebê que tinha poucas semanas de vida e dois meninos. "Isso nos faz sofrer ainda mais", comentou dom Gennaro Pascarella, bispo de Pozzuoli e Ischia. No porto de Casamicciola Terme, por exemplo, uma das seis pequenas cidades da ilha e a mais afetadas, as chuvas torrenciais criaram um cenário de horror com quedas de edifícios e deslizamentos de terra que arrastaram árvores e veículos para residências e vias públicas.

A proximidade do Papa

A presidência da Conferência Episcopal Italiana se uniu "na oração e na solidariedade à comunidade atingida" e expressou "proximidade às populações que sofrem por essa calamidade", oferecendo ajuda da Secretaria Geral para as primeiras necessidades. A Caritas Italiana desde o início da tragédia está operativa no local "para avaliar necessidades e intervenções", oferecendo apoio moral e psicológico às famílias, com atenção especial aos pequenos e vulneráveis. Por sua vez, o Papa Francisco, no dia seguinte ao ocorrido, se manifestou após a oração mariana do Angelus:

“Estou próximo da população da ilha de Ischia, atingida por inundações. Rezo pelas vítimas, por aqueles que sofrem, e por quantos intervêm em socorro.”

A região de Ischia, tradicional reduto de veraneio no sul da Itália pelos banhos termais e litoral pitoresco, é densamente povoada e tem casas construídas ilegalmente, que correm risco permanente de deslizamentos, inundações e terremotos. No último domingo (27), o Conselho de Ministros do país colocou a ilha em estado de emergência pelos próximos 12 meses.

A Igreja local também se colocou imediatamente em movimento, em especial com a Pastoral Juvenil e o departamento de trabalho para a Salvaguarda da Criação. "Uma partilha, uma solidariedade silenciosa com o envolvimento imediato de jovens voluntários", disse o bispo local, oferecendo uma contribuição para Ischia que "é uma ilha bonita, mas é também uma ilha ferida".

A responsabilidade do homem

Certamente a maioria desses desastres, segundo dom Pascarella, pode ser evitada com medidas preventivas. Ou, pelo menos, mitigar muita coisa. "Entretanto, há também a necessidade de intervenções contracorrentes. Algumas vezes, de fato, foi fechado um pouco demais os olhos, mesmo de uma forma muito estreita, nas administrações locais para conseguir votos ou outras coisas do gênero. Certamente tudo pode e deve ser feito para garantir que isso não volte a acontecer, porque o homem tem estas possibilidades de prevenção".

A esperança

Neste momento dramático, conclui o bispo, "duas realidades fundamentais de nossa vida como cristãos são expressas, que são também palavras que nos lembram o período do Advento que estamos vivendo. Em primeiro lugar, a palavra 'proximidade', aproximar-se das pessoas que estão sofrendo neste momento pela perda de seus entes queridos, das pessoas que estão deslocadas. Estar perto com gentileza e ternura. E, então, a palavra esperança, que não podemos deixar de anunciar. Precisamente neste período", enfatiza Pascarella, "somos lembrados que a morte não é a última palavra sobre a história de um homem, de uma pessoa, mas a morte é o destino final - não é a morte, mas o encontro com Jesus".

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29 novembro 2022, 14:15