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Em Bom Jesus do Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, retornou a Festa da Coroa do Divino Espírito Santo Em Bom Jesus do Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, retornou a Festa da Coroa do Divino Espírito Santo  

Devoção ao Espírito Santo preservada na Diocese de Campos

O mês de agosto na Diocese de Campos foi um tempo para resgatar e preservar tradições religiosas canceladas nos dois anos de Pandemia. Em Bom Jesus do Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, retornou na segunda-feira (15-08) a Festa da Coroa do Divino Espírito Santo com atividades presenciais e com a realização da Festa. Bispo de Campos, Dom Roberto Francisco presidiu a cerimônia uma tradição de 147 anos.

Ricardo Gomes – Diocese de Campos

“ Arthur está ansioso e muito feliz por fazer parte deste momento sagrado e de grande demonstração de fé. Junto com a sua família agradece a Deus pela graça. Jovem que mantêm a sua fé, mas gosta de jogar futebol e estar com a mãe nas atividades eclesiais. Adora jogar vídeo game e presente nas atividades lúdicas na sua rua com vizinhos e amigos. ”

Bom Jesus do Itabapoana preserva uma das tradições que une no diálogo a fé e devoção ao Divino Espírito Santo à cultura popular trazida do Açores representando a preservação da Coroa e Cetro. Este ano Arthur de Oliveira Teixeira, 11 anos foi o guardião desta tradição. Para os pais foi um orgulho e uma emoção. Ele recebeu do imperador do ano passado, Orlando a coroa que usou no dia da festa do Senhor Bom Jesus.

Arthur de Oliveira Teixeira, 11 anos
Arthur de Oliveira Teixeira, 11 anos

Tradição cultural e religiosa vem da família

Igreja preserva tradição de 147 anos da Festa da Coroa do Divino Espírito Santo, uma herança cultural trazida do Açores.

Arthur vem de uma família com raízes históricas na tradição preservada na cidade. Sua família, guarda a história dos primórdios dessa tradição que representa a identidade cultural e religiosa do município. O casal Francisco Teixeira de Siqueira e Felicíssima Roza de Oliveira foram os responsáveis pelo envio dos símbolos sagrados a Bom Jesus de Itabapoana, além de participarem das missões de evangelização deixaram como legado a construção do altar e aquisição dos bancos da matriz construíram algumas capelas da cidade.

Arthur é coroinha e tem no serviço ao altar sua grande realização que divide com irmão Filipe de Oliveira Teixeira, 17 anos, atualmente Cerimoniário. A mãe Elizabeth Silva de Oliveira Teixeira, que é Coordenadora dos Coroinhas recebe as lições de fé, compromisso e serviço a liturgia e a igreja. Uma família que serve a igreja e o compromisso com a cultura local, centrada na espiritualidade, diálogo entre a fé e a cultura.

Para a mãe de Arthur a escolha do filho para ser o imperador é um momento marcado pela alegria e emoção. E um momento de reascender a fé. No ano passado problemas de saúde impediram o menino de ser o guardião da tradição centenária e dos símbolos que foram trazidos para a cidade por seus antepassados. Além das graças alcançadas Arthur é um menino que representa o futuro da juventude que mantêm sua fé e emoção da escolha para preservar o legado de fé e de cultura de sua cidade.

Arthur com a familia
Arthur com a familia

Tem sido um momento de muita paz e de maior conexão com Deus. A escolha de Arthur como menino imperador foi muito importante para a nossa família, uma realização muito grande. Espero que através de Arthur e da nossa família, o Espírito Santo consiga realizar grandes coisas, destaca Filipe de Oliveira Teixeira

A importância da Festa do Divino e da recepção das relíquias, a coroa e o cetro que foram trazidas por. Felicíssima Teixeira no Século XVIII mostram como uma tradição de mantem viva e com esses atributos ao Espírito Santo  a coroa da vida eterna, da graça e de toda a criação, porque e a alma da igreja, o Espírito vivificador que reanima o mundo, e o cetro é o poder que não é dominação, mas serviço na igreja de ser uma igreja missionária, misericordiosa que esta sempre lavando os pés da humanidade, curando e restaurando vidas. E por isso é muito importante essa tradição da igreja, centrada no Espírito Santo possa nos impulsionar a viver uma igreja sinodal, a caminho e gere novos paradigmas de convivência e da sociedade do bem viver e onde caibam todos sem pessoas a mendigar nos açougues por não ter o que comer e não tenham de esperar meio ano por uma consulta ou ficar em leitos nos corredores dos hospitais. E essa festa do Senhor Bom Jesus e o Espírito Santo e coroamos uma criança como imperador. – Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos.

Arthur de Oliveira Teixeira, 11 anos
Arthur de Oliveira Teixeira, 11 anos

O Ativista Cultural e Ambiental e Comunicador das Mídias Sociais Frederico Sueth Rangel destaca que a preservação e resgate histórico/cultural de Bom Jesus do Itabapoana, a Festa da Coroa do Divino Espírito Santo, é sem dúvidas o mais relevante patrimônio histórico, cultural, turístico e imaterial de Bom Jesus do Itabapoana, a história da devoção ao Divino Espírito Santo e suas tradições trazidas pelos Teixeira de Siqueira ainda em 1860, confunde com a própria história da fundação e construção de Bom Jesus do Itabapoana em seus primórdios no século XIX.

Como difusor de nossa história desde o início da ocupação do solo de Bom Jesus, tenho comigo aquele pensamento muito citado que, "um povo sem memória, é um povo sem identidade, e está fadado a cometer no presente e no futuro, os mesmos erros do passado", e nesse sentido, a preservação das tradições e relíquias seculares do Divino Espírito Santo, é nossa mais rica manifestação cultural, transcendendo até o aspecto meramente religioso, fazendo desse evento protagonista na construção de nossa sociedade, revela Frederico.

Fotos e Vídeos: Cecy Maria Monteiro e Rosângela Figueiredo – Pascom Paróquia Senhor Bom Jesus

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17 agosto 2022, 16:46