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Reflexão para o XIII Domingo do Tempo Comum

Enterrar os mortos, despedir-se da família, são as desculpas que damos para não nos comprometermos, para adiarmos a resposta ao chamado amoroso de Jesus, que nos chama a segui-lo para caminhar junto com Ele nos caminhos que levam ao Pai.

Padre Pedro André, SDB - Vatican News

A missão de Jesus foi a de revelar a face amorosa de Deus Pai para a humanidade e para isso Ele foi até as últimas consequências. Neste domingo vemos como Jesus, consciente da decisão que amadureceu em seu coração, de partir para Jerusalém, nos ensina que a maturidade, ou seja, a capacidade de discernir e fazer escolhas, mesmo sabendo das consequências, permite que possamos oferecer nossas vidas como oferta generosa para Deus e para os irmãos e irmãs.

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No caminho rumo à Jerusalém vemos alguns diálogos muito significativos em que Jesus convida ou recebe propostas de novos seguidores. No primeiro alguém disse: “Eu te seguirei para onde quer que fores”, e em seguida Jesus esclarece que nem mesmo Ele tem onde repousar a cabeça. No segundo Jesus convida outro, dizendo: “segue-me” e o convidado diz sobre a necessidade de enterrar o próprio pai, ou seja, estava ligado aos compromissos deste mundo. O terceiro também faz uma promessa de seguimento, mas primeiro teria que ir se despedir de seus familiares, e Jesus o interpela dizendo: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.

Enterrar os mortos, despedir-se da família, são as desculpas que damos para não nos comprometermos, para adiarmos a resposta ao chamado amoroso de Jesus, que nos chama a segui-lo para caminhar junto com Ele nos caminhos que levam ao Pai.

Jesus deixa bem claro que segui-lo não é fácil, pois nem mesmo Ele tinha onde repousar a cabeça, ou seja, é um caminho de desapego. Também nos ensina que as prioridades do Reino de Deus estão em dissonância com as prioridades deste mundo e, que quando alguém se coloca no caminho do Reino, não deve olhar para trás, o que quer dizer, viver se lamentando pelas coisas pelas quais abriu mão para poder estar com Ele.  

O Reino de Deus deve ser o objetivo de nossas vidas. Todas as nossas urgências devem ser trocadas pela verdadeira prioridade. Todos nós temos traumas da nossa infância, coisas não resolvidas, que nos impedem de dar passos, de assumir compromissos definitivos. Todos somos convidados por Jesus a viver um processo de amadurecimento permanente, que nos permitirá, assim como ele que caminhou rumo a Jerusalém, mesmo sabendo das consequências que isso traria.

Peçamos a intercessão da Virgem Maria, modelo de seguidora de Jesus, que nos ajude neste processo de amadurecimento, para que o nosso sim, seja sempre renovado todos os dias, para que o nosso desejo de seguir Jesus, num caminho de conversão permanente, possa ir além das nossas fraquezas, medos e traumas, para que as prioridades do Reino de Deus sejam também as nossas.

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25 junho 2022, 08:44