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Dom Armando Domingues /foto Ricardo Perna Dom Armando Domingues /foto Ricardo Perna 

D. Armando Domingues assinala que é preciso “humanizar muito a pastoral familiar”

O bispo português é membro da Comissão Episcopal do Laicado e Família, esteve em Roma no X Encontro Mundial das Famílias e afirma a necessidade de acolher, entender e escutar os casais e as famílias.

Rui Saraiva - Portugal

No X Encontro Mundial das Famílias estiveram em Roma participantes de mais de 120 países, naquele que foi um evento vivido em ligação com as dioceses de todo o mundo.

De Portugal esteve uma delegação do Departamento Nacional da Pastoral Familiar acompanhada pelos bispos D. Joaquim Mendes e D. Armando Domingues da Comissão Episcopal Laicado e Família.

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Foi ainda com os olhos no grande encontro das famílias, que entrevistamos D. Armando Domingues, bispo auxiliar do Porto, no seu regresso de Roma. Afirma ter ficado com uma imagem de esperança e diz que a família é capaz de grandes momentos evangelizadores.

“Todo o programa, nomeadamente as comunicações foram feitas por famílias. Esta família protagonista mostrou que é capaz de grandes momentos evangelizadores. É uma imagem de esperança. Não é uma novidade absoluta. Nos nossos eventos de pastoral familiar é muito normal ouvirmos casais de CPM (Centros de Preparação para o Matrimónio) e dos mais diversos movimentos falarem da própria experiência como uma vida evangelizada e também capaz de se tornar evangelizadora” – sublinhou.

O bispo auxiliar do Porto refere a recente proposta do Papa Francisco de itinerários catecumenais para a vida matrimonial e assinala que na pastoral familiar é decisivo o percurso, não devendo resumir-se apenas a eventos.

“A pastoral familiar não pode ser feita de eventos, de momentos, como também a vida do casal, nomeadamente, de um casal cristão não se funda no momento da celebração do sacramento, mas tem todo um caminho antes onde é decisivo o percurso. Então este catecumenado matrimonial de preparação para o matrimónio e de acompanhamento dos casais novos jovens, inicia com uma espécie de pré-catecumenado que é esta preparação remota a ser feita no âmbito da educação cristã e da catequese. E nós na nossa realidade concreta damos conta que a questão da educação para a afetividade e para a sexualidade está bastante arredada dos compêndios. Nesta preparação remota é preciso colocar isso na preparação dos mais novos” – frisou.

D. Armando Domingues salienta a importância das dimensões da alegria e da festa no matrimónio, mas afirma que este não é apenas um momento dessa mesma festa. E a preparação deve começar muito antes.

“Hoje preparar o matrimónio, muitas vezes, está enredado em tantas teias do consumismo da festa, que é importante também, a alegria e a festa fazem parte, mas quase que a celebração do matrimónio é um momento dessa mesma festa. Por isso, a preparação deve começar muito antes” – disse.

O bispo português sublinha ser essencial acolher, entender e escutar as famílias e “humanizar muito a pastoral familiar”.

“Digo na continuidade deste grande encontro que toda a família evangelizada é enviada para evangelizar. Portanto, é um caminho verdadeiramente sinodal e aí vamos ter que perder tempo. Nós vivemos num tempo em que não queremos perder tempo. É todo tão pouco que temos medo de dar 10 minutos de conversa a uma família, a um casal, para o acolher, para o entender, para o escutar. Mas, vamos ter que nos desdobrar como pessoas e humanizar muito a pastoral familiar. E o envio do Papa é: todos enviados” – declarou.

“Itinerários Catecumenais para a vida matrimonial. Diretrizes Pastorais para Igrejas particulares” é o recente documento publicado pelo Dicastério para os Leigos, Família e Vida. Nele é destacada a importância da preparação para o matrimónio sublinhando que esta deve começar já junto das crianças, dos adolescentes e dos jovens. 

Laudetur Iesus Christus

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30 junho 2022, 08:23