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Reflexão para o 8º Domingo do Tempo Comum

O bom tesouro do coração. A liturgia deste domingo nos convida a olhar para dentro de nós mesmos antes de julgar os outros.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Chegamos ao 8º Domingo do Tempo Comum e, na próxima terça-feira, encerraremos essa primeira parte do Tempo Comum. A partir da próxima Quarta-feira de Cinzas, iniciaremos o tempo da Quaresma com a celebração de Cinzas. O Tempo Comum será retomado depois da celebração de Pentecostes.

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Durante o tempo Quaresmal, iremos acompanhar Jesus no seu caminho até o calvário para sofrer a paixão, morte e, posteriormente, a ressurreição. Que possamos trilhar esse caminho de retiro espiritual que a Igreja nos convida e possamos vencer todas as tentações do mal, assim como Jesus as venceu. Será um tempo de renovação de nossa vida batismal.

A liturgia deste domingo nos convida a olhar para dentro de nós mesmos antes de julgar os outros. Se queremos tirar o cisco do olho do irmão, olhemos primeiro para nós e tiremos o cisco que está no nosso olho. Todo cristão deve dar bons frutos em sua vida, ensinar o caminho do bem para o próximo. O cristão nasceu para fazer o bem e agir em nome de Cristo, mostrando o caminho certo para quem se aproxima dele.

A primeira leitura da missa é do livro do Eclesiástico (Eclo 27, 5-8). O autor do livro sagrado nos diz que se conhece um homem a partir do momento que ele fala. Não devemos elogiar ninguém antes de ouvi-lo falar, pois no falar o homem se revela. Diante de suas atitudes no dia a dia o homem cai em contradição no seu falar, ou seja, muitas vezes falamos aquilo que não vivemos ou queremos que os outros façam aquilo que não somos capazes de fazer.

O salmo responsorial é o 91 (92). O salmista eleva um salmo de gratidão ao Senhor. Todos nós devemos ser gratos ao Senhor. O homem que trilha um caminho justo e cumpre as leis do Senhor é sempre atendido em suas preces, por isso, tem sempre a agradecer ao Senhor.

A segunda leitura da missa deste final de semana é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15, 54-58). Paulo continua discursando sobre o tema da morte e que a morte não é o fim para aquele que crê em Jesus Cristo. A morte é fruto do pecado e a ressurreição é a vitória sobre a morte. Empenhemo-nos em viver uma vida reta, pois apesar das fadigas e preocupações do dia a dia, teremos como meta final a ressurreição.

O Evangelho é de Lucas (Lc 6, 39 -45). Jesus conta uma parábola aos seus discípulos e diz a eles que um cego não pode guiar outro cego, pois os dois podem cair num buraco. Com essa parábola, Jesus quer dizer que antes de julgar o outro, temos que olhar para nós mesmos e avaliar a nossa conduta, antes de julgar a conduta do outro. Antes de tirar o cisco do olho do outro, tenho que tirar primeiro do meu próprio olho.

O Evangelho da semana passada falava sobre o perdão, e que devemos colocar em prática aquilo que rezamos na oração do Pai Nosso. Se Deus nos perdoa, devemos perdoar o nosso próximo. Em sequência, nesse Evangelho de hoje, Jesus nos ensina que só Deus pode nos julgar. Não somos capazes de julgar ninguém e, da mesma forma que julgamos os outros, também seremos julgados.

O homem fala e faz aquilo que está cheio o seu coração. Se o coração humano só tem maldade, ele só fará maldades, não há espaço para coisas boas. Se o coração humano é bom, produzirá coisas boas. A raiz de uma árvore é conhecida através dos frutos que ela produz. Quanta maldade o ser humano produz nos dias de hoje? O mundo está cheio de violência, crimes contra o meio ambiente, doenças e tantas outras coisas. Tudo isso devido à maldade do coração humano.

Que cada um de nós possa mudar essa situação, agindo no caminho do bem, amando e servindo o próximo. Cuidemos da natureza, de nossa saúde, e que possamos anunciar a paz. Só depende de cada um de nós construir um futuro melhor.

Celebremos com alegria esse 8º Domingo do Tempo Comum e nos preparemos para logo mais iniciarmos um período de retiro espiritual junto com a Igreja, que é o Tempo da Quaresma. Durante estes dias prosseguem os costumes dos retiros espirituais, agora mais diversificados, presenciais com as precauções ou à distância (online). Que o Espírito Santo nos fortaleça e nos ajude nessa caminhada e nos dê a certeza de que passaremos pelo calvário, mas chegaremos a luz da ressurreição. Amém.

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26 fevereiro 2022, 10:05