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Papa: que exemplo heroico de mártires salvadorenhos suscite corajosos agentes de fraternidade e paz

No sábado, 22 de janeiro, foram beatificados em El Salvador o padre jesuíta Rutilio Grande García, o padre franciscano Cosme Spessotto e os leigos Manuel Solórzano e Nelson Lemus. A celebração foi presidida pelo cardeal Gregorio Rosa Chávez, bispo auxiliar de San Salvador, em nome do Papa Francisco.

Vatican News

"Que o seu exemplo heroico desperte em todos o desejo de ser corajosos agentes de fraternidade e paz." Após a oração do Angelus neste Domingo da Palavra de Deus, o Papa Francisco voltou seu pensamento a El Salvador onde, no sábado, foram beatificados dois sacerdotes e dois leigos mártires:

Ontem, em San Salvador, foram beatificados o sacerdote jesuíta Rutilio Grande García e dois companheiros leigos, e o sacerdote franciscano Cosme Spessotto, mártires da fé. Eles estiveram ao lado dos pobres, testemunhando o Evangelho, a verdade e a justiça até o derramamento de sangue. Que o seu exemplo heroico desperte em todos o desejo de ser corajosos agentes de fraternidade e paz. Uma salva de palmas aos novos beatos!

De fato no sábado, 22, na Plaza Divino Salvador del Mundo, em San Salvador- em cerimônia celebrada em nome do Papa Francisco pelo bispo auxiliar de San Salvador, cardeal Gregorio Rosa Chávez - foram beatificados os quatro mártires salvadorenhos: padre Rutilio Grande, frei Cosme Spessotto, Manuel Solórzano e Nelson Rutilio Lemus. Cerca de 6.000 fiéis participaram da celebração, na observância das normas de segurança anti-Covid.

Ángel Morillo, do CELAM, informou que também estiveram presentes bispos de todas as jurisdições e da América Central, autoridades governamentais e pessoal diplomático credenciado em El Salvador. Representando o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), participou Dom Jorge Eduardo Lozano, secretário geral e arcebispo de San Juan de Cuyo (Argentina).

Todo o povo salvadorenho

 

Em sua homilia, o cardeal Rosa Chávez indicou: “Quem somos nós aqui? Somos uma representação de todo o povo salvadorenho e viemos de todos os rincões da geografia de Cuscatlecan.”

“Em nossa assembleia há camponeses humildes e camponesas que exultam de alegria ao ver que a Igreja reconhece a santidade daqueles que deram a vida a seu serviço. Há também representantes das comunidades que foram pastoreadas por Fray Cosme e pelo padre Rutilio”, acrescentou.

 

Da mesma forma, purpurado mencionou que “temos conosco na figura de Manuel Solórzano e do jovem Nelson Rutilio, representantes daquela imensa multidão que ninguém podia contar, ou seja, dos inúmeros mártires anônimos”.

Segundo o cardeal, “aquele número simbólico dos 75 mil mortos que choramos ao longo da luta fratricida que nos sangrou durante doze anos e que terminou felizmente quando as partes envolvidas assinaram os Acordos de Paz”.

Vivência o Evangelho

 

Da mesma forma – indicou o cardeal – na América Latina o martírio está relacionado com a experiência do Evangelho e da doutrina da Igreja, especialmente depois do Concílio Vaticano II e da Assembleia Geral do Episcopado do nosso continente em Medellín.

Deu como exemplo o padre Rutilio Grande que "depois de seguir o curso do IPLA no Equador e de ter partilhado a experiência de trabalhar com camponeses e indígenas na Diocese de Riobamba, no tempo de Dom Leônidas Proaño, voltou ao nosso país com uma opção clara e inequívoca opção pelos pobres”.

“Foi ele quem encabeçou a lista de nossos mártires. Seguiram-se vinte padres, três freiras e um missionário americano, e centenas de mártires anônimos”, disse ele.

Destes, continua o cardeal Rosa Chávez, o mais ilustre dos pastores é, naturalmente, “Monsenhor Romero, porém não podemos deixar de mencionar outro bispo, Dom Roberto Joaquín Ramos, assassinado em junho de 1993”.

Salientou ainda que “a presença de dois leigos: Manuel Solórzano e Nelson Rutilio Lemus, são como uma janela para olhar aquela realidade de uma imensa multidão que ninguém podia contar”.

“Os nossos mártires podem ajudar-nos a recuperar a memória e a esperança para que não desistamos do sonho de um país reconciliado e pacífico, um país como o nosso Deus quer: justo, fraterno e solidário”, disse o representante do Papa Francisco.

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23 janeiro 2022, 10:03