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Fiel católica reza durante a Sexta-feira Santa na praia de Chowara, povoado de pescadores dem Kerala, Estado com maior número de cristãos na Índia Fiel católica reza durante a Sexta-feira Santa na praia de Chowara, povoado de pescadores dem Kerala, Estado com maior número de cristãos na Índia 

Na Índia, religiosas e fiéis agredidos por supostas "conversões forçadas"

De acordo com uma ONG de defesa da liberdade religiosa, desde 2017 foram registrados 374 casos de violência contra cristãos no Estado de Uttar Pradesh. Os ataques têm aumentado desde que o governo de Uttar Pradesh aprovou a "Lei anticonversão" em setembro de 2020. Na maioria dos casos, grupos extremistas atacam locais de culto ou casas cristãs e interrompem seus encontros, danificando suas propriedades, móveis, bíblias e publicações, e os levam à polícia.

Religiosas e fiéis católicos foram atacados por um grupo de extremistas hindus no Estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia. Conforme apurou a Agência Fides, em 10 de outubro passado os militantes intimidaram alguns religiosos e cerca de 50 cristãos no Distrito de Mau.

Membros dos grupos radicais hindus "Bajrang Dal" e "Hindu Yuva Vahini" conduziram à força sete fiéis cristãos à delegacia de polícia próxima, onde passaram a noite sob custódia. Entre os sete, havia três mulheres e o pastor Abraham Shakil, todos acusados de serem responsáveis por supostas "conversões religiosas forçadas", informa à Fides Pe. Anand Mathew, sacerdote e promotor dos direitos humanos. Ele observa que "tais ataques são baseados em pretextos para perseguir e abusar dos cristãos”.

Em outro episódio, duas freiras franciscanas ursulinas que estavam em um terminal de ônibus da cidade, foram levadas à força para a delegacia e detidas por seis horas. Após a intervenção de um alto oficial da polícia de Lucknow, capital do Estado de Uttar Pradesh, as irmãs foram libertadas.

As duas religiosas, Irmã Gracy Monteiro e Irmã Roshni Minj, estavam em um terminal de ônibus onde irmã Minj pegaria um ônibus para visitar seu pai doente no Estado indiano de Jharkhand. Ao pedir informações sobre os horários dos ônibus, as duas foram detidas, agredidas verbalmente e levadas à força para a mesma delegacia onde os cristãos e o pastor haviam sido detidos.

“Ficamos chocadas quando fomos levadas para a delegacia, sob a alegação de que fazíamos parte de uma comunidade cristã envolvida em conversões religiosas forçadas. É totalmente falso”, afirmou com veemência Irmã Monteiro.

A queixa apresentada pelo hindu Radheshyam Singh, afirma que os cristãos "não seguiram as medidas de saúde contra a Covid-19" e os acusa de "estarem envolvidos na conversão de outros ao cristianismo por meios ilícitos, como emprego e dinheiro".

“Essas acusações e episódios - observa Patsy David, representante da ONG ADF International (Alliance Defending Freedom) - fazem parte de um plano organizado para oprimir os cristãos em Uttar Pradesh”.

De acordo com a ADF, 374 casos de violência contra cristãos foram documentados em Uttar Pradesh desde 2017. Os ataques têm aumentado desde que o governo de Uttar Pradesh aprovou a "Lei anticonversão" em setembro de 2020. Na maioria dos casos, grupos extremistas atacam locais de culto ou casas cristãs e interrompem seus encontros, danificando suas propriedades, móveis, bíblias e publicações, e levá-los à polícia.

Após os ataques de extremistas hindus e as prisões, os fiéis enfrentam um tortuoso caminho legal com pedidos de fiança aos tribunais. Consequentemente, muitos pastores e fiéis cristãos ficam atemorizados, mesmo quando apenas se reúnem para rezar juntos.

Uttar Pradesh, um estado predominantemente agrícola com 230 milhões de habitantes, é o maior estado da Índia. De acordo com o censo de 2011, os cristãos são uma pequena minoria, cerca de 350 mil fiéis.

*Com Agência Fides

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12 outubro 2021, 13:37