Igreja em Beirute, Líbano Igreja em Beirute, Líbano 

Cáritas Líbano: "Gratos ao Papa por rezar pela paz no nosso país"

Após o anúncio de que o Papa fará um encontro no Vaticano no dia 1° de julho com todos os líderes cristãos libaneses, o presidente da Cáritas Líbano expressa alegria e satisfação: "Não nos sentimos sós. O Pontífice é um pai que cuida de nossas feridas". Na Terra dos Cedros, a situação é cada vez mais dramática entre crise econômica, pandemia e fuga para o exterior de jovens e profissionais qualificados.

Federico Piana - Vatican News

"O Papa não nos abandona, não nos deixa sozinhos". O padre Michel Abboud está cansado, mas satisfeito. Quando viu em uma mensagem no Twitter, que Francisco, após o Angelus de 30 de maio, anunciou para o próximo 1º de julho um encontro no Vaticano com todos os líderes cristãos do Líbano para rezar pela paz e estabilidade no país, não pode conter sua alegria: "Nós libaneses estamos no coração do Pontífice porque ele sabe que estamos passando por uma fase sombria da nossa história". O presidente da Cáritas Líbano lembra, com dor mas ao mesmo tempo com extrema lucidez, que "desde 2019 a nação vem passando por muitas crises agudas: econômica, política, terrorista e, agora, a ligada à pandemia".

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Entrevista

A situação no Líbano está piorano?

R. - Quando as pessoas passam fome reagem de forma inaceitável e nós temos medo. Também porque nossas comunidades não confiam umas nas outras. Não devemos esquecer que desde 1975 houve muitas guerras no Líbano, inclusive religiosas: como no passado, as crises atuais podem nos levar outra vez a confrontos ferozes, e não queremos isso. É por isso que o Papa tomou a decisão de fazer com que todos os chefes das comunidades cristãs se reunissem no Vaticano, como o Patriarca Ortodoxo também havia solicitado.

Atualmente, quais são as prioridades para o Líbano?

R.- A primeira prioridade é recusar a guerra. Os libaneses estão armados e precisamos convencê-los a não entrar em guerra. A segunda prioridade é trazer alguma serenidade econômica porque uma parte do Líbano está com fome e não tem dinheiro nem mesmo para comprar remédios. A retomada de investimentos na educação é a terceira prioridade. Muitas escolas católicas fecharam suas portas porque as famílias não podem pagar as taxas e isto forçou a demissão de muitos professores. Outro problema grave diz respeito à fuga de muitas pessoas do país, especialmente dos jovens. A maioria deles são cristãos e profissionais muito qualificados. Portanto, o Líbano está perdendo seus filhos.

Vocês se sentem abandonados pela comunidade internacional?

A comunidade internacional está dando alguma atenção ao Líbano. O Patriarca Maronita, Cardeal Béchara Pierre Raï, pediu à comunidade internacional que ajudasse o Líbano realizando uma conferência especial com a qual tentamos resolver nossos problemas. Esperamos que isso possa ser realizado.

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01 junho 2021, 12:43