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Papa Francisco no Marrocos em  março de 2019 Papa Francisco no Marrocos em março de 2019 

Arquidiocese de Rabat prepara seu segundo Sínodo diocesano

“O sínodo é um processo, mas também um estado de alma e de espírito que nos obriga a caminhar juntos, a fazer um caminho juntos. Se quisermos ser uma Igreja que seja um sinal no Marrocos, é necessário deixar-nos interrogar e sensibilizar pelas diversas culturas da nossa Igreja e também estar radicados na cultura e na realidade deste país”, diz o cardeal Cristóbal López Romero SDB.

Vatican News

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No início do próximo ano pastoral 2021-2022, a Arquidiocese de Rabat, no Marrocos, realizará seu segundo Sínodo diocesano, mais de 25 anos após o primeiro, realizado de 1993 a 1995. O anúncio foi feito no domingo, Solenidade de Pentecostes, pelo cardeal Cristóbal López Romero SDB, à frente da Arquidiocese desde 2018. “Em nome de Jesus e do Evangelho: qual Igreja para o Marrocos?" é o tema do encontro que aprofundará os novos desafios da evangelização na país do Norte de África à luz das mudanças ocorridas nas últimas duas décadas.

“Vinte e cinco anos depois do primeiro Sínodo, que deu bons frutos, estamos cientes de que a Igreja evoluiu e ainda está mudando, assimilando tudo o que a alimentou desde então”, disse o purpurado salesiano espanhol em uma mensagem.

“O sínodo - explica ele - é um processo, mas também um estado de alma e de espírito que nos obriga a caminhar juntos, a fazer um caminho juntos. Se quisermos ser uma Igreja que seja um sinal no Marrocos, é necessário deixar-nos interrogar e sensibilizar pelas diversas culturas da nossa Igreja e também estar radicados na cultura e na realidade deste país”. Deste modo, afirma, “seremos capazes de oferecer a cultura do Evangelho, não por proselitismo, mas por atração pela nossa forma de ser e de servir”.

Segundo o cardeal López Romero, para ser uma Igreja que seja sinal, a Arquidiocese “precisa avaliar sua história, tomar consciência de sua diversidade, das riquezas e dos desafios que isso acarreta, de ler e meditar a Palavra de Deus para escutar as expectativas do povo marroquino, estar aberta à conversão à qual o Espírito a chama, para discernir as escolhas pastorais às quais dar prioridade e ser fiéis ao Espírito de Jesus”. “Trata-se de nos colocarmos em uma atitude de abertura ao Espírito, de sair de nós mesmos, de caminhar em direção ao Reino, de procurarmos juntos a vontade de Deus e de nos encontrarmos com os outros”, precisa ainda o purpurado.

Neste sentido, o convite a todos os fiéis a participarem ativamente no processo sinodal: “Devemos rezar e refletir juntos, aproximar-nos uns dos outros, conhecer-nos melhor e buscar os melhores caminhos para a nossa Igreja. Isto significa que o Sínodo diz respeito a todos nós, católicos, da Arquidiocese de Rabat e que ninguém se sinta excluído”, afirma o cardeal López, especificando que o Sínodo será aberto também à participação de cristãos de outras denominações assim como de muçulmanos.

Quanto à organização do encontro sinodal, o arcebispo de Rabat especifica que este será dividido em Assembleias diocesanas e Assembleias paroquiais, nas quais tomarão parte os vários movimentos eclesiais presentes na Arquidiocese. Os detalhes da organização serão detalhados em uma carta pastoral a ser publicada em setembro próximo.

A mensagem do cardeal López se conclui, portanto, com um convite aos fiéis para rezarem pelo Sínodo, confiando o seu sucesso aos "Santos Mártires de Marraquexe e à proteção de Maria, Nossa Senhora do Marrocos".

A Igreja Católica marroquina conta hoje com cerca de 23 mil fiéis - 0,07% da população - em um país de maioria muçulmana. Este pequeno rebanho distribuído entre as Arquidioceses de Rabat e Tânger é formado sobretudo por estrangeiros, em sua maioria europeus, e por jovens da África subsaariana que foram ao Marrocos por motivos de estudo.

As áreas de missão da Igreja local, que tem um Estatuto jurídico reconhecido em virtude de um documento emitido em 1984 pelo então Rei Hassan II, incluem obras de caridade, educação e diálogo. Em particular, a promoção do diálogo inter-religioso e da compreensão mútua entre muçulmanos e cristãos ocupa um lugar de destaque, também graças ao apoio do Rei Muhammad VI, que tem promovido várias iniciativas neste campo.

E foi precisamente o diálogo inter-religioso que esteve no centro das duas Viagens Apostólicas realizadas ao país por São João Paulo II em 1985 e pelo Papa Francisco em 2019, oportunidade em que o atual Pontífice sublinhou que a desejada "solidariedade entre os fiéis" é chamada a colocar-se a serviço de toda a família humana, oferecendo contribuições originais para fazer face a emergências globais como as emergências ecológicas e migratórias.

Vatican News Service - LZ

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26 maio 2021, 11:32