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Semana Ecumênica pela Vida na Alemanha

A Semana Ecumênica pela Vida, que tem como tema "Vida na Morte", começou na manhã de sábado (17/4), na Catedral em Augsburg, com um momento de oração ecumênica,

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O Bispo auxiliar de Augsburg, na Alemanha, e membro do Conselho de Ética da Baviera, Dom Antón Losinger, definiu o suicídio assistido como “um plano inclinado que, fatalmente, acelera e conduz à eutanásia ativa”.

Dom Losinger fez tal declaração em vista da “Semana Ecumênica pela Vida”, que teve início, neste sábado, 17 de abril, na cidade de Augsburg. A sua afirmação refere-se a um acontecimento específico: o Tribunal Constitucional Federal alemão anulou, em fevereiro de 2020, a decisão do “Bundestag” de proibir o suicídio medicamente assistido, com base no “conceito de liberdade e dignidade”, ratificado pela Constituição, como direito fundamental de todos à autodeterminação da própria morte. Logo, os médicos e as organizações pró-eutanásia podem ser convocados para satisfazer o desejo de um "suicídio auto responsável", segundo uma nova norma jurídica. Esta sentença, explica o Bispo, acaba criando uma deriva para a eutanásia e, por conseguinte, requer "uma objeção e certo contenho".

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“A Igreja católica, em união com a maioria das Associações médicas profissionais da Alemanha, opõe-se de modo rigoroso e claro a esta tendência”, disse o bispo auxiliar de Augsburg; destaca ainda que “o presidente da Associação Médica Mundial, Frank Ulrich Montgomery, percebe uma mudança fatal na imagem do médico, que se transforma de ajudante em executor”. Por isso, continua o prelado, “a Conferência Episcopal Alemã (Dbk) adverte contra a tendência fatal de o “suicídio auto responsável” e o “suicídio assistido” serem realizados de uma forma mais ou menos “normal de morte” em situações de cura”. Com efeito, esta atitude, acompanhada pela “pressão sutil e constante sobre as pessoas necessitadas de cura e os idosos, que não querem ser um peso para as suas famílias”, poderá, inevitavelmente, levar à eutanásia ativa.

Assim sendo, os Bispos da Alemanha reiteram que é preciso "ajuda, apoio e atenção nas situações críticas", para possibilitar um "desenvolvimento de perspectivas de vida para as pessoas em dificuldade".

O Bispo auxiliar de Augsburg exorta ainda a levar em consideração "o sofrimento psíquico relevante na maioria das situações em que se deseja o suicídio". Trata-se de um fator que "requer uma reavaliação das condições de vida das pessoas com tendências suicidas". O suicídio “não é um ato de liberdade, mas, na maioria das vezes, é um grito de ajuda à sociedade!”, continua Dom Losinger. Em sua opinião, “uma boa assistência e os cuidados paliativos profissionais” são ferramentas adequadas para enfrentar situações semelhantes. Logo, mesmo ciente de que “os suicídios nunca podem ser totalmente evitados - conclui o prelado - uma sociedade humana é obrigada a dar assistência à vida e não ao suicídio assistido”.

A Semana Ecumênica pela Vida, que tem como tema "Vida na Morte", começou na manhã de sábado (17/4), na Catedral em Augsburg, com um momento de oração ecumênica, presidida pelo Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, e seu homólogo evangélico, Heinrich Bedford-Strohm. O objetivo desta iniciativa é dar prioridade aos aspectos pastorais, médicos e éticos da assistência humana aos enfermos graves e moribundos, sobretudo no difícil contexto da pandemia da Covid-19.

Vatican News Service - IP

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19 abril 2021, 11:42