“Somos pedras, pedras vivas, aquelas que juntas estamos colocando novamente em pé, porque a fé sempre vence”, disse o padre Narbona “Somos pedras, pedras vivas, aquelas que juntas estamos colocando novamente em pé, porque a fé sempre vence”, disse o padre Narbona  

Reconstruir sem ódio, a fé sempre vence, diz pároco de igrejas vandalizadas no Chile

Padre Pedro Narbona, pároco de duas igrejas vandalizadas durante as manifestações antigovernamentais de outubro de 2019, recebe o Prêmio de Liberdade Religiosa da Ajuda à Igreja que Sofre Espanha. https://rei.spc.va/content/rei/documentazione/repo/2021/04/27/CSR_3041_2021.html

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“É forte, é tremendo. Nunca pensamos que houvesse tanta crueldade contra a Igreja e a comunidade cristã. Há testemunhos lamentáveis, mas não pensamos que atingiria um nível tão forte de violência.” Estas são as palavras do padre Pedro Narbona, pároco das Igrejas de Assunção e Vera Cruz, em Santiago do Chile, ao recordar em uma entrevista concedida na segunda-feira, 26, ao programa de televisão 'Fuera de foco' de 'TRECE al Día', o incêndio de ambos os templos, em novembro de 2019.

O sacerdote recebeu, na semana passada, o prêmio "Liberdade Religiosa 2021" da Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). O diretor da fundação de direito pontifício na Espanha, Javier Menéndez Ros, ao conceder o prêmio disse que a decisão foi unânime e que a motivação era "a conjunção do amor cristão e da fé, como arma infalível para vencer a hostilidade daqueles que insistem em impedir o exercício da liberdade religiosa".

Este ano, a Ajuda à Igreja que Sofre na Espanha, que concede este prêmio a cada dois anos, quis destacar "algo positivo dentro das violações e agressões que são sofridas no mundo por causa da fé" e, ao mesmo tempo, destacar como as comunidades “enfrentam este tipo de perseguição e assédio com espírito evangélico, com espírito de perdão e reconciliação e de busca da paz e do encontro com os outros”.

“Somos pedras, pedras vivas, aquelas que juntas estamos colocando novamente em pé, porque a fé sempre vence”, disse o padre Narbona após os ataques, como forma de defender o direito dos fiéis de desfrutar das atividades paroquiais e apoiar a profunda convicção de que a Igreja é indestrutível de forma imaterial.

“O que Deus vai fazendo em uma comunidade, para além da materialidade, é reconhecer-se ser corpo de Cristo e embora esteja ferido vai se reconstruindo pela fé, o próprio Senhor vai curando essas feridas, essas chagas que junto com as de Cristo são as chagas do Ressuscitado que iluminam e fortalecem a vida da comunidade e a resiliência de ambas as comunidades, Assunção e La Vera Cruz”, disse o padre chileno na entrevista. Ele recordou ainda que o mesmo acontecerá com as igrejas que nos últimos dias também foram atacadas no sul e no norte do país.

As obras de reconstrução dos templos, a Igreja da Vera Cruz, declarada patrimônio cultural em 1983, e a Igreja da Assunção, deveriam começar no final de 2020, mas foram paralisadas por um novo atentado contra esta última em outubro daquele ano.

“Ressuscitar como Jesus Cristo que nos pega pela mão e nos convida a continuar a construir-nos internamente fortalecidos”, é a resposta do padre Narbona quando questionado sobre as suas expectativas.

“Veremos como reconstruiremos o material - acrescentou - mas hoje estamos fundamentalmente preocupados com aquela reconstrução que o Senhor Ressuscitado está fazendo em cada um de nós, sem raiva, sem ódio, sem ressentimentos, pelo contrário, rezando também para que se convertam os corações principalmente de quem, pela violência, pisoteia a dignidade do outro”.

Vatican News Service – ATD

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29 abril 2021, 07:45