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Cardeal Patriarca de Lisboa apela a uma “sociedade compassiva”

Desafio lançado por D. Manuel Clemente que presidiu no último domingo à eucaristia na paróquia do Parque das Nações, evocativa no Patriarcado de Lisboa do Dia Mundial do Doente.

Domingos Pinto – Lisboa

“Compaixão significa fazermos nossa a vida do outro, no seu sofrimento”, sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa na homilia da missa do último domingo, 14 de fevereiro, na paróquia do Parque das Nações, transmitida pela TVI.

D. Manuel Cemente partiu da leitura do Evangelho que narra o episódio em que Jesus cura um leproso, para pedir uma “sociedade compassiva”, apontando a “compaixão” como um “sentimento definitivo que é preciso ter em conta”, sobretudo no atual contexto de pandemia.

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Neste Domingo em que, no Patriarcado de Lisboa se assinalou o Dia Mundial do Doente, D. Manuel Clemente assegurou a “presença” dos cristãos, especialmente junto dos que mais sofrem de solidão.

“Numa sociedade como a nossa, com muita população idosa, sabemos que há imensa gente que vive só e com o que a solidão implica”, disse D. Manuel Clemente que chamou a atenção para as consequências que o “isolamento e a depressão”, provocados por esta pandemia, terão no futuro.

“Queremos estar com presença que, exatamente por ser presente e por se fazer presente, salva, restitui a convivência e deixa as pessoas serem pessoas, seres de relação. Para isso somos feitos e é isso que esperamos em qualquer fase da nossa vida. É aí que nós queremos estar e não temos outro lugar, como cristãos”, afirmou.

Para D. Manuel Clemente, “quando a pandemia se resolver, vai demorar um pouco mais, bastante mais, a resolver-se em termos psíquicos e sociais para retomarmos uma convivência saudável e onde cada um possa ser aquilo que é: um ser de convivência, que é isso que significa ser pessoa”, alertou.

“Os estabelecimentos de saúde devem ser os sítios do mundo onde há mais humanidade por metro quadrado porque, ali, a humanidade aparece como é, sem sombras, sem disfarce, na sua fragilidade e também na sua esperança”, disse o prelado que recordou todos os profissionais de saúde que praticam “ações magnificas”, de “abnegação”, a favor dos doentes.

Já a terminar a celebração, evocando a recente celebração do Dia Mundial do Doente (11 de fevereiro), o padre Fernando Sampaio, coordenador nacional das capelanias hospitalares, defendeu por sua vez “o valor de cada pessoa humana em todas as fases da vida”, e deixou um apelo: “Que ninguém seja excluído dos cuidados de saúde e da nossa atenção fraterna”.

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15 fevereiro 2021, 11:40