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Policial nigeriano na estrada perto do aeroporto de Diffa, no sudeste do Níger. Policial nigeriano na estrada perto do aeroporto de Diffa, no sudeste do Níger. 

Paz e segurança vêm com superação de preconceitos étnicos e religiosos, diz arcebispo de Abuja

Os preconceitos tribais, religiosos e políticos “estão cegando e a envenenando as relações cordiais e a destruindo a confiança recíproca entre os nigerianos”, alertou Dom Kaigama. “Deveríamos aspirar ser nigerianos melhores, traduzindo as nossas crenças de fé em boas ações, para além dos ritos externos, porque a fé sem boas obras é morta".

Lisa Zengarini – Vatican News

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Por trás dos muitos conflitos que afligem a Nigéria hoje, há frequentemente um "complexo de superioridade" de seus vários componentes étnicos, religiosos e políticos. Foi o que afirmou nos últimos dias o arcebispo de Abuja, Dom Ignatius Ayau Kaigama. Falando na homilia da Solenidade da Mãe de Deus, publicada na sua página do facebook, o prelado observou que os preconceitos tribais, religiosos e políticos “estão cegando e envenenando as relações cordiais e destruindo a confiança recíproca entre os nigerianos”.

Desde a sua independência em 1960 do Reino Unido, a Nigéria viveu diversos conflitos internos, muitas vezes de origem étnica, mas revestidos, especialmente nos últimos anos, por motivações religiosas. Conflitos que viram uma escalada dramática com a entrada em cena de grupos islâmicos, como o Boko Haram, responsável desde 2009 por sequestros em massa nas escolas e sangrentos atos terroristas, especialmente no norte da Nigéria, mas também em países vizinhos.

Neste contexto conflituoso "realizamos os nossos interesses pessoais ou de parte em vez de pensar nos interesses de todos", observou Dom Kaigama na sua homilia, questionando também as responsabilidades dos cristãos, também eles divididos por preconceitos mútuos herdados dos missionários de diferentes confissões da época colonial. “Se os cristãos nigerianos não se acertarem com a história da Igreja - advertiu o prelado - continuarão com esses preconceitos que dificultam sua unidade e se guardarão com hostilidade”.

O arcebispo de Abuja falou então da necessidade de viver concretamente os valores da própria religião: “Deveríamos aspirar ser nigerianos melhores, traduzindo as nossas crenças de fé em boas ações, para além dos ritos externos, porque a fé sem boas obras é morta", frisou.

Diante da insegurança generalizada e dos perigos que hoje ameaçam a Nigéria vindos "de todos os lados", o prelado exortou os nigerianos a "darem-se as mãos" para levantar a moral e "mostrar que quem quer a desintegração do país se equivoca”.

Dom Kaigama concluiu pedindo a graça de Deus para que em 2021 também dê a paz à Nigéria e para que os nigerianos possam se libertar de seus preconceitos étnicos, religiosos e políticos.

Vatican News Service - LZ

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05 janeiro 2021, 14:52