Governo de Manila propõe-se a vacinar 60-70 milhões de filipinos daqui até o final do ano Governo de Manila propõe-se a vacinar 60-70 milhões de filipinos daqui até o final do ano

Igreja filipina oferece instalações para campanha de vacinação anti-Covid-19

O governo de Manila anunciou o ambicioso objetivo de vacinar 60-70 milhões de filipinos, uma iniciativa que exigirá uma organização e espaços logísticos complexos. Espaços que a Igreja disponibilizará se necessário, declara o presidente dos bispos filipinos. Dom Valles diz que os bispos também estão dispostos a se vacinar primeiro se isso puder ajudar a convencer os filipinos a tomar a vacina. "O Santo Padre e o Papa emérito se vacinaram publicamente e, na minha opinião, isto pode ajudar a superar os medos, então por que não?"

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A Igreja Filipina está pronta para abrir suas instalações para a campanha de vacinação anti-Covid-19 no país. Foi o que declarou na quinta-feira (28/01) o arcebispo de Davao e presidente da Conferência Episcopal Filipina (Cbcp), dom Romulo Valles, no final da 121ª Assembleia Plenária dos Bispos, realizada de modo virtual nos dias 26 e 27 de janeiro.

O governo de Manila anunciou o ambicioso objetivo de vacinar 60-70 milhões de filipinos daqui até o final do ano, uma iniciativa que exigirá uma organização e espaços logísticos complexos. Espaços que a Igreja disponibilizará se necessário, declarou dom Valles durante a coletiva de imprensa conclusiva, também on-line, informa a agência dos bispos Cbcpnews.

O presidente da Conferência episcopal também disse que os bispos também estão dispostos a se vacinar primeiro se isso puder ajudar a convencer os filipinos a tomar a vacina. "O Santo Padre e o Papa emérito se vacinaram publicamente e, na minha opinião, isto pode ajudar a superar os medos, então por que não?", disse ele.

Celebrações pelos 500 anos de evangelização das Filipinas

Durante os trabalhos da assembleia estiveram no centro da atenção dos bispos, além da gestão da crise da Covid-19, as celebrações do quinto centenário da evangelização das Filipinas, originalmente previstas para 2021, mas que, devido à pandemia, os bispos decidiram adiar por um ano.

O início oficial das comemorações será, portanto, no dia 17 de abril de 2022, Domingo de Páscoa, em memória da primeira missa celebrada no país em 31 de março de 1521, na ilha de Limasawa, ao sul de Leyte. Em todo caso, a Igreja Filipina comemorará no dia 14 de abril próximo os 500 anos do Primeiro Batismo, realizado na Arquidiocese de Cebu em 1521 pelos missionários espanhóis.

E este aniversário histórico é o ponto de partida para a declaração final da plenária, assinada por dom Valles, que aproveita a oportunidade para renovar o convite a todos os católicos filipinos a compartilhar "o imenso dom" da fé recebida há quinhentos anos.

Opção preferencial pelos pobres

"Cada dom é também uma responsabilidade", porque "não somos seus destinatários finais", mas sim seus administradores, chamados a colocá-lo a serviço dos outros "especialmente de nossos pobres irmãos e irmãs", afirma a declaração.

A opção preferencial pelos pobres, lembrada novamente pelo Papa Francisco na "Evangelii Gaudium", continua guiando o trabalho da Igreja filipina e é neste espírito, aponta o texto, que a Igreja local está abolindo progressivamente o sistema do dízimo ("alcancel") para o sustento do clero e de seus ministros religiosos.

Convite aos fiéis a continuar contribuindo generosamente

Isto torna ainda mais necessária a contribuição de todos os membros da Igreja, como família de Deus, para sua missão a serviço da evangelização, e da humanidade. O convite aos fiéis é, portanto, a continuar contribuindo generosamente mesmo nestes tempos difíceis da Covid-19.

"Apoiemos o espírito de generosidade transbordante que foi desencadeado espontaneamente durante a pandemia e tornou possível manter nossas comunidades operacionais", é a exortação de dom Valles.

Reservas da Igreja sobre a reforma da Constituição de 1987

Durante a coletiva de imprensa de encerramento, o presidente da Conferência episcopal também falou sobre a posição dos bispos em relação à reforma da Constituição de 1987, sobre a qual a Igreja filipina expressou fortes reservas em várias ocasiões.

O temor, já expresso pelos bispos em 2018, é pela resiliência democrática do país diante de uma reforma que, na opinião deles, não responde a nenhuma necessidade efetiva, ainda mais neste momento de uma emergência sanitária que deveria ser prioritária, ressaltou dom Valles e o vice-presidente dos bispos filipinos, dom Pablo Virgilio David.

Vatican News – LZ/RL

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29 janeiro 2021, 15:49