À equerda, o arcebispo de Davao e presidente dos bispos filipinos, Dom Romulo Valles  (AFP or licensors) À equerda, o arcebispo de Davao e presidente dos bispos filipinos, Dom Romulo Valles (AFP or licensors)

Nas Filipinas, Ano Pastoral 2021 será dedicado à "Missio ad gentes"

O tema escolhido está entrelaçado com um aniversário importante: os 500 anos de evangelização do país que terão sua recorrência no próximo ano. Faz-se um chamado à necessidade de que cada fiel realize uma “transformação missionária”, por uma Igreja verdadeiramente “em saída” e “não autorreferencial” porque, como o Papa reiterou várias vezes, é necessário passar “de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”. E isto “é um convite claro a se comprometer com a missio ad gentes”, ressalta-se

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A “missio ad gentes” é o tema do Ano Pastoral 2021 da Igreja católica nas Filipinas. Em carta aos fiéis, o arcebispo de Davao e presidente da Conferência Episcopal das Filipinas (CBCP), dom Romulo Valles, explica o novo Ano Pastoral.

Os 500 anos de evangelização das Filipinas

A carta recorda, em primeiro lugar, que o tema escolhido está entrelaçado com um aniversário importante: os 500 anos de evangelização do país que terão sua recorrência no próximo ano. De fato, era 31 de março de 1521 quando, na ilha de Limasawa, ao sul de Leyte, foi celebrada a primeira Eucaristia em solo filipino.

“A fé cristã chegou e prosperou em nossa terra – escreve o prelado – através da dedicação e sacrifícios heroicos de milhares de homens e mulheres missionários de várias partes do mundo. Eles apreciaram o dom da fé que haviam recebido e quiseram compartilhar este dom com outros.”

Por uma Igreja em saída missionária

Daí, o chamado de dom Valles à necessidade de que cada fiel realize uma “transformação missionária”, por uma Igreja verdadeiramente “em saída” e “não autorreferencial” porque, como o Papa Francisco reiterou várias vezes, é necessário passar “de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”. E isto, sublinha o presidente dos bispos filipinos, “é um convite claro a se comprometer com a missio ad gentes”.

Em seguida, o arcebispo de Davao se detém em dois conceitos cristãos: alegria e misericórdia. Com relação ao primeiro, enfatiza que “a história da salvação é um rio de alegria no qual todos devemos entrar”.

A misericórdia é “o caminho de toda missão”

“Reavivemos a alegria da fé”, exorta o prelado, porque os cristãos “jamais devem tornar-se pessimistas ou desiludidos, abatidos ou desanimados, impacientes ou ansiosos.” Ao invés, aqueles que “receberam a alegria de Cristo”, façam suas vidas “resplandecer de fervor”.

Quanto à misericórdia, dom Valles lembra como ela é “o caminho de toda missão”, bem como “a própria essência de Deus”, sua “carteira de identidade”. “A própria credibilidade da Igreja é vista na forma como ela demonstra amor misericordioso e compassivo”, reitera o prelado, evocando as palavras do Papa Francisco.

“Doados para dar”

E “o tema da misericórdia deve ser proposto cada vez mais com novo entusiasmo e renovada ação pastoral”, para que “em nossas paróquias, comunidades, associações, movimentos e onde quer que haja cristãos, todos possam encontrar um oásis de misericórdia”. “Não deixemos que o entusiasmo missionário nos seja roubado”, conclui o presidente da Conferência Episcopal das Filipinas.

Deve-se lembrar que o lema das celebrações dos 500 anos de evangelização do país do sudeste asiático é “Doados para dar”, inspirado por um versículo do Evangelho de Mateus “De graça recebestes, de graça dai” (10,8).

Um longo caminho de reflexão pastoral

O Ano Jubilar especial cai em 2021, mas o auge das celebrações comemorativas foi adiado para 2022, devido à pandemia da Covid-19. Enquanto isso, a Igreja filipina se preparou e se prepara para o evento com um longo caminho de reflexão pastoral, com duração de nove anos, cada um dedicado a um tema específico:

A formação integral da fé (2013), os leigos (2014), os pobres (2015), a Eucaristia e a família (2016), a paróquia como comunhão de comunidades (2017), o clero e as pessoas consagradas (2018), os jovens (2019), o diálogo inter-religioso (2020) e a Missio ad gentes (2021).

Vatican News – IP/RL

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01 dezembro 2020, 10:05