Presépio Presépio 

Eis na Lapa Jesus Nosso Bem!

Nasce numa gruta, rodeado de animais que emprestam seu lugar habitual e lhe dão acolhida para mostrar que a verdadeira riqueza está em tornar-se dádiva e dom para os outros, sem nenhum poder armado ou defesa, para ensinar-nos que somente a bondade, o perdão e a justiça restaurativa constroem a paz.

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos

O grandioso mistério natalino nos apresenta um Deus Menino envolto em faixas numa manjedoura; esse foi o sinal dado pelos anjos aos pastores para identificar o Salvador. Nada digno das crônicas de corte ou dos arautos reais para noticiar o nascimento de um príncipe herdeiro.

Mas, aos olhos dos pastores, ou seja, da perspectiva dos pobres, que tudo esperam de Deus, nisto estava o extraordinário e o maravilhoso: um Deus que nos ama tanto que se torna pequeno, frágil, indefeso, para, na sua ternura e misericórdia, abraçar a todas as pessoas e criaturas.

Nasce numa gruta, rodeado de animais que emprestam seu lugar habitual e lhe dão acolhida para mostrar que a verdadeira riqueza está em tornar-se dádiva e dom para os outros, sem nenhum poder armado ou defesa, para ensinar-nos que somente a bondade, o perdão e a justiça restaurativa constroem a paz.

Lembra-nos que, na humildade (de húmus Terra), está a verdade e também a dignidade do ser humano, que a arrogância e a vontade de poder e de dominar, nos levaram à crise civilizatória  atual, que esqueceu raízes e vínculos, adoecendo com o vírus letal.

O presépio é o sonho, a maquete do paraíso, da humanidade reconciliada na fraternidade que o Filho de Deus veio trazer como verdadeira luz e esperança para toda a Criação. Neste ano, não só pela pandemia que nos limita, mas movidos pelo fascínio da graça natalina, somos convidados a mergulhar mais neste mistério, e tornar a nossa casa o nosso lar familiar num presépio vivo, louvando ao Pai pela sacralidade deste momento em que vivemos e nos reconhecemos unidos a toda família humana, compartilhando com ela o destino comum e a confiança amorosa que nos leva, como aos sábios de oriente, adorar e acolher, em nosso coração e vida, a Jesus o Salvador.

Que pensemos, com alegria e renovada admiração, no que via Hélio Peregrino no presépio: “Sua mãe é jovem, cheia de graça e se chama Maria. O pai é o carpinteiro José. O boi e o burro, o feno, a pedra escavada, a manjedoura, a estrela com seu rastro de fogo compõem um elenco elementar de presenças - resumo de cosmos”. Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

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24 dezembro 2020, 09:58