A pandemia dificultou a situação de muitas pessoas A pandemia dificultou a situação de muitas pessoas 

Bispos dos EUA, Dia do Trabalho: reconstruir um mundo digno pós-pandemia

“As condições econômicas de muitas famílias são difíceis por causa da pandemia ou até mesmo desastrosas. Milhões de pessoas estão desempregadas e para os trabalhadores considerados essenciais aumenta o perigo de contágio”, afirmam os bispos na mensagem.

Vatican News

É necessário reconstruir um mundo digno após a pandemia da Covid-19. Este é o pedido dos bispos dos Estados Unidos na mensagem tradicional divulgada em vista do “Dia do Trabalho” (Labour Day), celebrado em 7 de setembro.

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O texto, assinado pelo presidente da Comissão para a Justiça interna e o Desenvolvimento humano da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, dom Paul S. Coakley, arcebispo de Oklahoma City, se refere ao versículo 5 do capítulo 21 do Livro do Apocalipse: «Eis que faço novas todas as coisas», como uma aspiração à esperança num período definido como “sombrio” por causa da emergência de saúde e suas repercussões na sociedade.

“As condições econômicas de muitas famílias são difíceis por causa da pandemia ou até mesmo desastrosas. Milhões de pessoas estão desempregadas e para os trabalhadores considerados essenciais aumenta o perigo de contágio”, afirma a mensagem, tanto que alguém os definiu como “trabalhadores sacrificiais”. “O que estava errado antes da pandemia agora foi acelerado”, sublinham os bispos. “O que poderia ser escondido agora está claro. Neste contexto, a morte de George Floyd (afro-americano que morreu em 25 de maio, em Minneapolis, depois de ser preso por um policial branco ndr) foi como acender um fósforo numa sala cheia de gás”.

No entanto, “Deus nunca abandona o seu povo, está sempre perto dele, sobretudo quando a dor se torna mais presente”, sublinham os prelados que fazem um apelo a olhar para Deus a fim de compreender que “chegou a hora de eliminar as desigualdades e sanar a injustiça que ameaça a saúde de toda a população”.

“Hoje, infelizmente”, lamenta a Conferência Episcopal dos Estados Unidos, “a dignidade da pessoa humana, feita à imagem e semelhança de Deus, não está no centro da sociedade. Em alguns locais de trabalho, isso significou uma ênfase nos lucros ao invés da segurança”. “Isso é injusto”, insistem os bispos, “porque o consumismo e o individualismo pressionam os patrões e os líderes políticos que levam a esses resultados”.

A Igreja estadunidense convida a um maior sentido de responsabilidade de todos e de cada um: desde a reflexão sobre o que se compra para garantir que os trabalhadores sejam “tratados com dignidade e respeito”, ao compromisso dos políticos para ir ao encontro das necessidades dos mais necessitados. O que é necessário é “dar prioridade à proteção dos pobres e vulneráveis”.

Nessa ótica, os bispos recordam “o sinal de grande esperança” dado pela Campanha Católica para o Desenvolvimento Humano (Cchd) que este ano completa 50 anos. A campanha trabalha para “combater a pobreza, criar bons empregos e ser uma força transformadora nas famílias e comunidades”. Em cinco décadas, a organização “distribuiu mais de 8 mil subsídios no valor de mais de 400 milhões de dólares para ajudar a criar uma mudança radical”.

Além disso, no contexto da pandemia, a Campanha Católica para o Desenvolvimento Humano multiplicou seus esforços para enfrentar “os impactos devastadores” do coronavírus, por exemplo, ajudando os trabalhadores em maior risco nas áreas rurais do Missouri a obter equipamentos de segurança contra a Covid-19.

“Para proteger a dignidade do trabalho e os direitos dos trabalhadores”, destaca a mensagem episcopal, “cada um de nós é chamado a praticar a solidariedade com os que estão em perigo”. Além disso, a assistência de caridade pode ser “oferecida a todos aqueles que ficaram desempregados durante este período, fazendo doações aos bancos de alimentos locais e instituições de caridade católicas”, especialmente porque a demanda “aumentou de 30-50%” desde que começou a emergência de saúde”.

O apelo de ajuda também diz respeito aos “hospitais católicos, onde médicos, enfermeiros e agentes de saúde trabalharam sem cessar, em muitos casos com significativa perda de recursos”. A mensagem da Conferência Episcopal dos Estados Unidos se conclui com o convite à oração “por um futuro comum, um futuro para todos que não rejeita ninguém”, a fim de “participar da obra de Deus” na promoção da justiça.

Vatican News Service – IP/MJ

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03 setembro 2020, 13:34