Igreja católica no Japão Igreja católica no Japão

Igreja no Japão: sem preconceitos, olhar realidade dos deslocados internos

“Creio que o Papa nos chama a olhar as realidades de nossa sociedade e a ir além de nossos pontos de vista limitados”, afirma em sua mensagem o bispo presidente da Comissão Católica de Migração e de Refugiados do Japão, dom Michiaki Yamanouchi, que convida a encontrar no rosto dos refugiados, migrantes e deslocados, o rosto de Cristo, “que é questionado como o faminto, o sedento, o nu, o doente, o viajante e o prisioneiro”

Vatican News

Ouça e compartilhe

“Hoje em dia há muitos deslocados internos no Japão”, afirma numa mensagem o bispo da Diocese de Oita e presidente da Comissão Católica de Migração e de Refugiados do Japão, dom Michiaki Yamanouchi, na qual convida os cidadãos a olhar para esta realidade presente na sociedade japonesa, a se libertarem de preconceitos sobre as pessoas que vivem nesta situação e a aceitá-las, protegê-las e viver em harmonia com elas.

106º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado

A nota publicada no site da Conferência Episcopal Japonesa refere-se à próxima celebração do 106º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2020, em 27 de setembro, que o Papa Francisco dedicou às pessoas deslocadas internamente.

“São pessoas que vivem no Japão, mas perderam suas casas ou fugiram de suas casas por vários motivos. Alguns também estão indocumentados e foram detidos em instalações de imigração por longos períodos de tempo, outros foram libertados provisoriamente, mas estão sem teto, outros são forçados a viver nas ruas, e outros são chamados de “refugiados dos cibercafés”, explica dom Yamanouchi.

A figura da acadêmica e diplomata japonesa Sadako Ogata

A mensagem lembra a figura da acadêmica e diplomata japonesa Sadako Ogata, que de 1991 a 2000 foi a Alta Comissária das Nações Unidas para Refugiados e destacou a realidade das pessoas deslocadas internamente no mundo.

Como exemplo, a nota episcopal explica que durante a Guerra do Golfo, a Alta Comissária Ogata foi além dos limites estabelecidos e ajudou os quase dois milhões de curdos, uma mistura de refugiados e pessoas deslocadas internamente no Iraque, como resultado do bloqueio na fronteira da vizinha Turquia.

No rosto dos refugiados, encontrar o rosto de Cristo

“Este foi o momento em que a luz brilhou sobre os deslocados”, sublinha a nota, considerando que os deslocados no mundo duplicam o número de refugiados.

“Creio que o Papa nos chama a olhar as realidades de nossa sociedade e a ir além de nossos pontos de vista limitados”, conclui a mensagem do bispo nipônico que convida a encontrar no rosto dos refugiados, migrantes e deslocados, o rosto de Cristo, “que é questionado como o faminto, o sedento, o nu, o doente, o viajante e o prisioneiro”.

Vatican News Service – ATD/RL

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui

14 agosto 2020, 11:48