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Mosaico de Santo André, repatriado ao Museu Bizantino de Nicósia em novembro de 2018 Mosaico de Santo André, repatriado ao Museu Bizantino de Nicósia em novembro de 2018 

Mostra em Chipre conta história dos católicos latinos na ilha

A presença de católicos latinos em Chipre nunca sofreu interrupções desde 1192, embora seus primeiros contatos com a ilha remontem a 1126, por meio dos mercadores de Veneza e Gênova. Mas foi em 1192 que chegou a primeira leva de migrantes católicos europeus, partidos da Cilícia e do Levante.

Vatican News

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Até 19 de outubro será possível visitar em Limassol a exposição "Os latinos do Chipre", que exibe material histórico e fotográfico, além de objetos relacionados com a presença dos católicos latinos em Chipre ao longo dos séculos.

Inaugurada em 29 de julho nos armazéns da Autoridade Portuária, no antigo porto, a mostra também revela - relata o Patriarcado Latino de Jerusalém - o quanto a história da comunidade latina tenha contribuído para a construção do patrimônio da ilha e o desenvolvimento da sociedade cipriota contemporânea.

Atualmente, a comunidade latina  em Chipre é muito ativa e há diversas organizações sociais, humanitárias e de caridade na ilha.

A presença de católicos latinos em Chipre nunca sofreu interrupções desde 1192, embora seus primeiros contatos com a ilha remontem a 1126, por meio dos mercadores de Veneza e Gênova. Mas foi em 1192 que chegou a primeira leva de migrantes católicos europeus, partidos da Cilícia e do Levante.

Em 1196, se estabelece em Nicósia um arcebispo latino, junto com três outros bispos que permaneceram em Famagusta, Limassol e Paphos. Depois deles, numerosas Ordens católicas romanas chegaram à ilha durante o período franco e veneziano (1192-1489 e de 1489 a 1570) e os latinos em Chipre passaram a representar 15-20% da população, exercendo uma importante influência como nobreza dominante.

Com a conquista da ilha pelo exército otomano entre 1570 e 1571, teve início o exílio de milhares de fiéis latinos e a dissolução oficial de sua Igreja, mas o clero de alguma forma conseguiu manter uma presença, em particular por meio dos mosteiros franciscanos.

No século XVII, uma pequena comunidade latina se desenvolveu em Larnaca, graças também aos consulados que atendiam migrantes europeus, banqueiros, médicos, mercadores e comerciantes. Várias escolas instituídas por comunidades religiosas, como a Escola Terra Santa, fundada em 1646 pelos franciscanos, e a Escola de São José, fundada pelas irmãs de mesmo nome em 1844.

A política de tolerância religiosa que caracterizou o período britânico a partir de 1878, fortaleceu a comunidade latina, cujas escolas se multiplicaram, permitindo a integração dos latinos na sociedade cipriota.

A independência da ilha, alcançada em 1960, marcou mais um passo em frente na emancipação da comunidade católica romana, graças também ao seu reconhecimento pelo Estado como grupo religioso com um representante eleito no Parlamento cipriota.

Desde 1847, um vigário patriarcal latino está presente em Chipre, sob a autoridade do Patriarcado Latino de Jerusalém, que possui quatro paróquias na ilha. O Patriarcado administra a paróquia de São Paulo em Paphos, enquanto as outras três - Santa Catarina, Santa Maria das Graças e a Santa Cruz - são administradas por religiosos franciscanos. O vigário patriarcal latino reside em Nicósia, colaboram com ele 11 sacerdotes que desempenham o seu ministério pastoral na capital, em Limassol, Larnaka e Paphos, cidades que acolhem uma dezena de igrejas e capelas latinas.

Vatican News Service - TC

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10 agosto 2020, 07:35