Acampamento Rohingya em Bangladesh Acampamento Rohingya em Bangladesh 

Em Bangladesh, cristãos na linha de frente na emergência Covid-19

Não só estruturas hospitalares e pessoal da saúde, mas a comunidade cristãs em Bangladesh também está empenhada no apoio às faixas mais vulneráveis ​​da população. Na linha de frente, a Caritas Bangladesh, que distribuiu dinheiro, alimentos e dispositivos médicos para 44 mil famílias, para um valor total de 1,72 milhão de dólares.

Vatican News

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São uma pequena minoria, nem mesmo 0,5% da população em um país de maioria muçulmana, mas os cristãos de Bangladesh, que há décadas se distinguem por sua presença ativa nos campos da educação, saúde e assistência social, também dão uma contribuição vital na luta contra a Covid-19.

Desde os primeiros contágios no país, no início de março, a Igreja Católica, juntamente com as Igrejas Anglicana e Protestante, está na linha de frente com suas estruturas, equipes e voluntários para tratar os enfermos e atender a população.

Em Bangladesh, existem 20 hospitais, aos quais se somam cerca de setenta clínicas católicas, 280 médicos e 4 mil enfermeiras e enfermeiros cristãos, quase todos envolvidos na emergência de saúde, mas não só, como explica à Agência Uca News Edward Pallab Rozario, vice-presidente  da Associação Nacional de Médicos Cristãos de Bangladesh (Cmab): "Vários médicos cristãos estão oferecendo serviços online nos celulares e também dando apoio psicológico aos pacientes", acrescenta.

Entre os hospitais cristãos comprometidos na luta contra a Covid-19 está o Christian Mission Hospital de Rajshahi, um renomado hospital criado em 1877 pela Igreja Anglicana, que pode contar com uma equipe de 15 médicos; o Lutheran Aid to Medicine in Bangladesh (LAMB) em Parbotipur, no distrito de Dinajpur, que no final de março abriu uma unidade de terapia intensiva com dez leitos para os doentes graves; o Memorial Christian Hospital em Chokoria, no sudeste do país, que realiza os testes e que em maio abriu uma unidade Covid-19, e ainda, o Christian Hospital de Chandraghona, no distrito de Rangamati, com uma enfermaria onde monitora os pacientes que nos casos mais graves são enviados para outros hospitais melhor equipados.

Mas a ajuda não se limita apenas aos cuidados de saúde. Grande também é o empenho das comunidades cristãs no apoio às faixas mais vulneráveis ​​da população. Na linha de frente, a Caritas Bangladesh, que distribuiu dinheiro, alimentos e dispositivos médicos para 44 mil famílias, para um valor total de 1,72 milhão de dólares.

“Estamos prestando apoio aos pobres, aos necessitados e aos mais afetados, independentemente de casta, credo e gênero, usando os financiamentos para projetos existentes e os generosos fundos oferecidos por nossos doadores. Também as escolas e faculdades católicas doaram dinheiro para apoiar nossas iniciativas", explica Francis Rozario, diretor executivo adjunto da organização de caridade católica.

Depois, existe a World Vision Bangladesh, uma instituição de caridade protestante também comprometida com a prevenção de contágio nos campos Rohingya em Bangaldesh, que ofereceu ajudas em dinheiro para mais de 18 mil famílias e alimentos para mais de 35.000 famílias.

Outra importante organização de caridade, a Comissão Cristã para o Desenvolvimento de Bangladesh (Ccdb), prestou assistência a 7.000 famílias. "Inicialmente, os funcionários decidiram doar seu salário mensal para iniciar as intervenções de emergência da Covid-19; em seguida, obtivemos financiamento de doadores, que usamos para distribuir dinheiro, mas também ajudas alimentares onde se fez necessário", declarou à Ucanews o vice-diretor da organização, David Milton.

"Os impactos do coronavírus serão duradouros, por isso estamos planejando programas e atividades para apoiar as pessoas nos próximos tempos", explicou ele.

Bangladesh registrou seus três primeiros casos de Covid-19 em 8 de março. Desde então e até 4 de agosto, o vírus infectou aproximadamente 244.020 com 3.234 mortes, de acordo com dados fornecidos pelo governo.

Digno de nota que à emergência sanitária, nestes últimos dois meses, somou-se a emergência provocada pelas inundações após a passagem do ciclone Amphan, que devastou o sudoeste do país no final de maio, e as chuvas torrenciais trazidas pelas monções que inundaram quase um quarto do território, afetando 5,44 milhões de pessoas.

Também nesta frente, a Caritas local imediatamente tomou medidas para levar assistência às populações e pedir ajuda à comunidade internacional.

Vatican News Service - LZ

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07 agosto 2020, 07:42