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O rastro de destruição deixado pelo "Ciclone Bomba" em SC

Com rajadas de ventos atingindo uma velocidade superior a 130km/h, o ciclone extratropical começou a se formar no norte da Argentina e se deslocou para o Oceano Atlântico, passando pela Região Sul do país.

Franklin Machado - Assessoria de Comunicação/CNBB Sul 4

Um fenômeno que ficou conhecido com ‘Ciclone Bomba’ atingiu todas regiões do estado de Santa Catarina e partes dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná na última terça-feira, 30 de junho. O Governo de Santa Catarina decidiu decretar estado de calamidade pública após a passagem do ciclone que causou estragos em mais de 100 cidades e deixou ao menos nove mortos. O estado contabiliza ainda duas pessoas desaparecidas.

Com rajadas de ventos atingindo uma velocidade superior a 130km/h, o ciclone extratropical, que é composto por uma área de baixa pressão, começou a se formar no norte da Argentina e se deslocou para o Oceano Atlântico, passando pela Região Sul do país. Os problemas de comunicação e os cuidados com a logística para a ajuda aos atingidos, devido a pandemia do Covid-19, dificultam ainda mais para que a Defesa Civil do estado possa relatar os verdadeiros números da tragédia.

Além do destelhamento e destruição de residências e empresas, cerca de 50% da população catarinense ficou sem energia elétrica por 24 horas. Segundo a última atualização da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), feita por volta das 10h50min desta quinta-feira (2), 233.330 mil unidades consumidoras seguiam sem energia elétrica no estado, sendo 67,3 mil em Florianópolis (SC), cerca de 42,5 mil em Lages (SC) e aproximadamente 11,1 mil em Chapecó (SC). De acordo com a Celesc, a recuperação total da rede elétrica afetada pelo ciclone em Santa Catarina pode levar até 3 dias.

Solidariedade

 

De acordo com Gelson Nezi, secretário-executivo da Cáritas Brasileira Regional Santa Catarina, um organismo da CNBB, a Rede Cáritas no estado está realizando um diagnóstico das realidades de cada região atingida. “Uma de nossas áreas de atuação está ligada ao meio ambiente e gestão de riscos e emergências. Na Grande Florianópolis, estamos acompanhando mais de perto a ocupação urbana Mestre Moa, no município de Palhoça (SC). Com cerca de 30 famílias morando de forma precária, a comunidade foi atingida com quedas de árvores e destelhamentos de casas. A Cáritas está colaborando diretamente com a doação de telhas para a comunidade”, declarou.

Gelson disse ainda que a Rede não está programando uma nova campanha de doações para os atingidos, levando em conta que a Igreja no Brasil já possui em andamento a Ação Emergencial Solidária ‘É Tempo de Cuidar’. Quem puder ajudar, pode procurar as paróquias e comunidades, além dos escritórios diocesanos da Cáritas.

Igrejas atingidas

 

Por todo o estado há registros de Igrejas que sofreram danos em consequência das fortes rajadas de ventos. Uma das mais atingidas foi a comunidade matriz da paróquia Nossa Senhora dos Navegantes em Governador Celso Ramos (SC), na Arquidiocese de Florianópolis. Na cidade, cerca de 80% das residências sofreram algum dano. Além da igreja, também o salão paroquial, reformado há cerca de um ano, ficou completamente destruído. Outras paróquias da Arquidiocese também registraram destelhamento de igrejas e centros pastorais.

Também na Diocese de Joinville (SC), na região norte do estado, o setor administrativo da cúria diocesana possui registros de 20 paróquias com relatos de igrejas atingidas pelo ciclone. O pior caso está na paróquia de Garuva (SC), onde a casa paroquial foi destruída e das 17 comunidades, 7 estão impossibilitadas de uso.

Na Diocese de Rio do Sul (SC), foi o prédio onde funciona a cúria diocesana e o secretariado de pastoral o mais danificado pelos fortes ventos. De acordo com a Diocese, os livros e registros foram todos preservados, houve danos apenas na estrutura do prédio.

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03 julho 2020, 09:42