Nigerianas manifestam contra violência sexual Nigerianas manifestam contra violência sexual 

Nigéria: coronavírus, insegurança, corrupção e estupro no centro da reunião dos bispos de Ibadan

Recordando a recente denúncia do arcebispo de Lagos, dom Alfred Adewale Martins, os bispos de Ibadan também expressam grande preocupação com o novo aumento da violência sexual contra as mulheres, um “sinal deplorável e horrível”, afirmam eles, “de decadência moral” da sociedade nigeriana.

Vatican News

A emergência de coronavírus, contínua insegurança e corrupção endêmica na Nigéria, aumento de estupros contra as mulheres, a Igreja como família de Deus em missão. Estes foram os temas centrais abordados no encontro dos bispos da província eclesiástica de Ibadan, realizado em Ilorin, no estado nigeriano de Kwara.

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Em primeiro plano, durante os trabalhos, a crise da Covid-19. No comunicado final, publicado no site da Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (Recowa-Cerao), os prelados expressam sua solidariedade a todo o povo nigeriano e aos governos estaduais e manifestam profunda gratidão a todos as pessoas envolvidas na linha de frente para levar ajuda à população neste momento difícil. Diante da persistência da emergência, eles pedem a todos os nigerianos para respeitarem as instruções contra o contágio: “O coronavírus é real, mas os fatos mostram que se todos colaborarmos para combatê-lo, respeitando as diretivas sobre o uso de máscaras, distâncias sociais e desinfetando as mãos, podemos reduzir drasticamente seus efeitos e vencê-lo. A proteção da vida humana é um dever sagrado”, acrescentam.

Nesse sentido, os bispos de Ibadan pedem às autoridades competentes para que façam todos os esforços a fim de garantir que as escolas sejam abertas com segurança para os alunos e funcionários. “Por isso, é necessário garantir apoio e subsídios a todas as escolas, sejam estaduais sejam confessionais, sem discriminação.” Para este fim, eles pedem um maior envolvimento das autoridades religiosas nos processos de tomada de decisão. “Isso vale em particular para a reabertura dos locais de culto”, ressaltam eles.

A sessão também se concentrou nos muitos outros problemas sociais que continuam afligindo a Nigéria: corrupção, sequestro, terrorismo, banditismo, confrontos étnicos, assassinatos extrajudiciais e, mais recentemente, a violência sexual. Problemas que “geram ansiedade” no país e que reaparecem sempre quando parecem ter sido domados. Segundo os bispos nigerianos de Ibadan, eles não podem ser erradicados até que a corrupção, “aparentemente invencível”, não seja eliminada, que domina todas as esferas sociais na Nigéria, sobretudo as governamentais. Eles fazem um apelo às instituições e a todas as pessoas de boa vontade para unirem seus esforços para erradicar as causas desses problemas: “A Nigéria deve voltar ao seu equilíbrio federal ideal de um país multiétnico e tratar a todos igualmente.” Os bispos pedem a todos os fiéis, em particular aos cristãos, para que lutem juntos contra a corrupção em suas respectivas esferas.

Recordando a recente denúncia do arcebispo de Lagos, dom Alfred Adewale Martins, os bispos de Ibadan também expressam grande  preocupação com o novo aumento da violência sexual contra as mulheres, um “sinal deplorável e horrível”, afirmam, “de decadência moral” da sociedade nigeriana. Contra esse crime, “que não é somente um mal para as mulheres, mas também uma auto-degradação para aqueles que o cometem” e “um pecado contra Deus”, são necessárias punições exemplares, enfatizam eles. Mas não é suficiente: para reduzir a violência sexual na Nigéria, é fundamental uma boa educação dos pais e o combate das drogas e da pornografia que alimentam esse fenômeno.

Durante os trabalhos, os bispos de Ibadan abordaram o tema da colaboração entre as diferentes componentes da Igreja na Nigéria (clero, consagrados e leigos), a fim de reforçar sua missão evangelizadora na sociedade nigeriana. “Essa colaboração mostra o rosto da Igreja como família de Deus em missão”, conclui o comunicado final.

Vatican News  Service  - LZ/MJ

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17 julho 2020, 14:18