"Uma emergência como a Covid-19 é derrotada antes de tudo pelos anticorpos da solidariedade" , diz Dom José Álvarez Lagos "Uma emergência como a Covid-19 é derrotada antes de tudo pelos anticorpos da solidariedade" , diz Dom José Álvarez Lagos 

Bispo nicaraguense propõe quatro antídotos para a pandemia

Dignidade humana, família, liberdade e justiça social: "se o rosto do país deve ser novo, a sua construção deve se apoiar sobre esses bens", sobre essas "leis naturais, inalienáveis e insubstituíveis" para a "reconstrução moral da nação", disse o bispo de Matagalpa em uma carta pastoral. O prelado também exaltou a coragem dos sacerdotes durante a pandemia.

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Dignidade humana, família, liberdade e justiça social: esses são os quatro postulados que Dom Rolando José Álvarez Lagos, bispo de Matagalpa, na Nicarágua, indica como antídoto para a pandemia de coronavírus.

"Uma emergência como a Covid-19 - escreve o prelado em uma carta pastoral lida na Solenidade dos Santos Pedro - é derrotada antes de tudo pelos anticorpos da solidariedade" que se apoia, precisamente, sobre esses quatro princípios básicos. Eles "encarnam os direitos, mas também as responsabilidades que o Estado e a sociedade devem assumir, bem como os compromissos sociais urgentes com os mais vulneráveis, os pobres e os indefesos", sobretudo levando em consideração a "crise sanitária, social, econômica e política" pela qual está passando a Nicarágua. "Se o rosto do país deve ser novo - sublinha a carta – a sua construção deve se apoiar sobre esses bens", sobre essas "leis naturais, inalienáveis ​​e insubstituíveis" para a "reconstrução moral da nação".

Promoção da dignidade humana

 

Em primeiro lugar, portanto, Dom Álvarez Lagos coloca "o respeito, a proteção e a promoção da dignidade humana" que "devem levar à construção de uma sociedade na qual cada direito humano seja respeitados, quer aqueles de natureza civil como política, quer aqueles econômicos, sociais e culturais, como aqueles relacionados ao meio ambiente".

Proteção e promoção da família

 

O segundo postulado, por outro lado, diz respeito à proteção e promoção da família "natural e tradicional". Ela, de fato, "constitui a base da sociedade", é "patrimônio mundial", "escola da fé, arena dos valores humanos e civis", "lugar insubstituível para a educação das crianças".

Nesta perspectiva, o bispo de Matagalpa reitera que "é essencial promover políticas autênticas para a família", pois ela representa "a estrutura mais apropriada para garantir o bem integral necessário ao desenvolvimento permanente" do homem.

A liberdade

 

No terceiro ponto, depois, o prelado coloca a liberdade, que é exercida em um "Estado democrático, dedicado ao bem comum, composto por homens e mulheres que compreendem a natureza do serviço da política" e no qual seja garantido "o equilíbrio entre os poderes, a transparência e a eficiência administrativa".

"O Estado - reitera o prelado - deve respeitar a vontade do povo livremente expressa na escolha das autoridades que terão que responder ao cidadão e fornecer a eles proteção e assistência contra os poderes exercidos de maneira abusiva ou arbitrária".

Justiça social

 

Estritamente ligada à liberdade, existe, como quarto postulado, a justiça social, que "só pode ser alcançada com base no respeito à dignidade transcendente do homem".

"O início e fim de todas as instituições é a pessoa - diz Dom Álvarez Lagos. A democracia não deve ser somente representativa, mas também participativa, inclusiva e comprometida com a busca de oportunidades e progresso para todos", especialmente para quem sofre "a pobreza e a marginalização".

"Sem essa face humana da justiça social, a democracia tem um perfil incompleto", acrescenta o prelado. Em tempos de pandemia, portanto, em que cresce o risco de "esquecer quem foi deixado para trás" e de ser atingido pelo "vírus do egoísmo indiferente", é chegado o momento de "eliminar as desigualdades e reparar as injustiças", como por exemplo, "melhorar as condições de trabalho" e apoiando os setores de saúde e educação.

A coragem dos sacerdotes

 

Olhando, então, para o ministério sacerdotal, o bispo de Matagalpa expressa proximidade com a "dor" que afeta muitos presbíteros neste "momento difícil": por causa da pandemia, de fato, muitos deles tiveram que reinventar o próprio ministério, procurando permanecer ao lado dos fiéis, não obstante o isolamento necessário para prevenir os contágios.

O prelado define os sacerdotes como "corajosos", porque provaram ser "uma Igreja em saída", apesar das dificuldades, e encontraram "novas formas de evangelizar", por exemplo, por meio das tecnologias digitais, de forma a "transmitir a esperança" a todos os sofredores e necessitados.

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01 julho 2020, 11:55