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Defesa da criação. Líderes religiosos austríacos: todos responsáveis pelo futuro

Entre os líderes religiosos, o cardeal-arcebispo de Viena Christoph Schönborn cita o pronunciamento do climatologista alemão Hans Joachim Schellnhuber por ocasião do Sínodo sobre a Amazônia de outubro de 2019, o qual afirmava que “a destruição da floresta pluvial amazônica significa destruição do mundo”. Somente em 2019, ressalta o cardeal austríaco, foram eliminados onze milhões de hectares de floresta amazônica

Vatican News

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“Um momento histórico”: assim foi definida a assinatura, da parte de cinco líderes religiosos austríacos, de um documento comum em favor da proteção da criação e contra as mudanças climáticas.

Religiões demonstram querer “proteger o futuro”

Desse modo, os representantes das principais religiões demonstraram querer “proteger o futuro”, declarou dias atrás o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönborn, durante a coletiva de imprensa de apresentação da iniciativa na capital austríaca.

Junto ao purpurado encontravam-se presentes os outros signatários: o bispo evangélico luterano Michael Chalupka, o bispo servo-ortodoxo Andrej Ćilerdžić, o presidente da comunidade judaica na Áustria Oskar Deutsch, o presidente da comunidade muçulmana Ümit Vural, e o responsável pela Sociedade religiosa budista austríaca Gerhard Weissgrab.

“Nas últimas décadas exploramos excessivamente o mundo e seus recursos naturais”, comentou o cardeal Schönborn, recordando que “no mundo inteiro se percebe com pesar as consequências” dessa atitude. Daí, o veemente apelo do purpurado à responsabilidade de cada pessoa “para inverter essa tendência, trabalhando pela proteção da criação, por uma maior justiça climática e uma economia sustentável”.

Destruir a floresta amazônica é destruir o mundo

O arcebispo de Viena prosseguiu citando o pronunciamento do climatologista alemão Hans Joachim Schellnhuber por ocasião do Sínodo sobre a Amazônia de outubro de 2019, o qual afirmava que “a destruição da floresta pluvial amazônica significa destruição do mundo”. Somente em 2019, recordou o cardeal austríaco, foram eliminados onze milhões de hectares de floresta amazônica.

Por sua vez, o bispo Chalupka considerou necessário, a fim de alcançar resultados concretos a nível político, fazer “uma análise clara e cientificamente válida” da situação, identificando as medidas essenciais a serem tomadas.

Para o teólogo luterano a crise relacionada à difusão do coronavírus no mundo inteiro demonstrou que é possível suscitar reações muito rápidas se se chega aos “corações e mentes” das pessoas, um resultado realizável graças ao empenho das religiões.

Comunidades religiosas juntas pela proteção do clima

Por sua vez, o bispo Ćilerdžić, guia da eparquia da Áustria e da Suíça da Igreja servo-ortodoxa, ressaltou também a necessidade de que as comunidades religiosas trabalhem juntas pela proteção do clima: “À luz da complexidade da nossa realidade social, ecológica e espiritual, o requisito da cooperação ecumênica tornou-se evidente, especialmente nas questões ético-sociais”.

Para o responsável ortodoxo, o amor pela criação e o amor por Deus jamais devem ser separados, mas vividos juntos”. Em seguida, Ćilerdžić alegrou-se que as principais religiões no país alpino se demonstrem unidas “para discutir com responsabilidade sobre esse problema que diz respeito a todas as gerações”.

Preciso mudança concreta e fundamental do estilo de vida

Dias atrás, ao término de sua assembleia plenária no santuário mariano de Mariazell, os bispos austríacos já tinham evocado o tema da proteção do ambiente, reiterando que “a longo prazo as consequências da mudança climática global serão muito mais devastadoras do que as da atual pandemia” do coronavírus. Eis o motivo porque, na visão deles, é necessário encorajar a difusão de um “espírito de consciência e determinação”.

“Temos a convicção – afirmavam – de que a crise pode ter um efeito positivo na Áustria e no mundo somente se levar a mudanças concretas e fundamentais do estilo de vida, de modo que a família humana possa viver em paz e justiça na casa comum da criação doada por Deus.”

(L’Osservatore Romano)

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02 julho 2020, 11:56