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Patrulha do exército de Burkina Faso em Dori Patrulha do exército de Burkina Faso em Dori 

Caritas Burkina Faso alerta: terrorismo ameaça estabilidade do tecido social e eleições

Desde 2015, os ataques de grupos islâmicos provocaram centenas de mortes e mais de 765.000 pessoas deslocados internamente. Entre os alvos cada vez mais frequentes estão os líderes e membros da minoria cristã, vítimas de pelo menos cinco ataques desde o início deste ano.

Vatican News

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A ameaça jihadista em Burkina Faso está minando a unidade e a estabilidade do tecido social de todo o país. Isso é confirmado pelo mais recente relatório anual da OCADES, a Caritas local, publicado nos últimos dias.

Desde a queda do regime do coronel Muammar Kadafi na Líbia em 2011, e sobretudo após o surgimento do autoproclamado Estado Islâmico no Iraque, vários grupos armados islâmicos começaram a semear terror em vários países da região do Sahel. Entre estes, precisamente Burkina Faso, onde nos últimos anos grupos extremistas se estabeleceram no nordeste do país, tirando dividendos dos sentimentos de marginalização política e econômica de alguns grupos étnicos.

Desde 2015, os ataques de grupos islâmicos provocaram centenas de mortes e mais de 765.000 pessoas deslocadas internamente. Entre os alvos cada vez mais frequentes estão os líderes e membros da minoria cristã, vítimas de pelo menos cinco ataques desde o início deste ano.

O terrorismo jihadista está cada vez mais colocando à dura prova a coexistência étnico-religiosa em Burkina Faso, que é historicamente pacífica. De acordo com o relatório da OCADES - citado pela agência católica suíça Cath.ch - mesmo nas dioceses católicas que ainda não foram atacadas, observa-se uma mudança do comportamento: o clima de suspeita cresce e o terrorismo se tornou um tema tabu, enquanto o debate público assume características cada vez mais divergentes. Tensões que - afirma Caritas burkinabé, como manifestado pelos bispos durante sua última Assembleia Plenária em junho - comprometem o desenvolvimento pacífico das eleições gerais de 22 de novembro.

Para combater essa deriva, a organização de caridade católica apoia, portanto, a necessidade de um forte diálogo entre o Estado e os protagonistas da sociedade civil e para fortalecer o diálogo inter-religioso também através da participação de líderes religiosos nas festas de outras comunidades confessionais.

Por seu lado, a OCADES está envolvida em várias iniciativas para ajudar a população mais vulnerável. Em 2019, com o apoio da Caritas Internationalis e de outros parceiros, alocou 10,2 bilhões de francos CFA (equivalentes a aproximadamente 154.233 euros) destinados, entre outras coisas, a ajudar os deslocados internos e os pobres e construir noventa escolas.

Vatican News Service - LZ

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28 julho 2020, 07:28