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"Crise como graça. Para uma nova primavera da Igreja"

É o título do novo livro do bispo de Assis, Domenico Sorrentino que analisa a crise do nosso tempo que afeta também a Igreja e afirma que a pandemia pode ser um tesouro a ser levado pelos cristãos para novos caminhos. Na apresentação, comentários do cardeal de Bolonha, Matteo Zuppi

Eugenio Bonanata – Vatican News

"Na escuridão da provação que estamos vivendo, aparecem raios de luz que podem nos dar o sinal de esperança para interceptar e construir". O bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino lançou um novo livro intitulado “Crise como graça. Para uma nova primavera da Igreja”. Seu livro refere-se principalmente ao compromisso colocado em campo na fase aguda da emergência coronavírus.

Escolher e mudar

O livro foi escrito antes da pandemia, embora tenha sido acrescentado um capítulo dedicado a este período. Sem subestimar as vítimas que o vírus continua a causar, destaca-se nas páginas um caminho concreto para enfrentar a fase atual marcada por uma perplexidade geral em diferentes níveis.

Na apresentação, o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha afirma: “Este é um momento oportuno para entender, mudar e escolher", ao falar da possibilidade de construir um mundo melhor e de ajudá-lo a curar dos muitos vírus que criam sofrimento à vida dos homens.

Alimentar a esperança

Zuppi lembra as palavras de Francisco. "Até o Papa - diz ele - disse que não há nada pior do que não valorizar a experiência da pandemia". Então, qual é o verdadeiro desafio para o futuro imediato? Sem dúvida, a esperança, apesar da angústia, do medo e da tristeza. "Todas as fragilidades e injustiças que o vírus tem destacado podem ser resolvidas", continua o cardeal, exortando-nos a olhar a esperança como algo capaz de defender o futuro do ceticismo e da renúncia.

A perspectiva cristã

"Porém, a esperança deve ser organizada", ressalta Dom Sorrentino que adverte: "não basta dizer que tudo vai correr bem". Essa afirmação deve corresponder a um fundamento que para nós cristãos é o amor de Deus, nossa fé, mas também o compromisso ao qual nos submetemos". Ir em frente significa, portanto, arregaçar as mangas. “Sobretudo”, acrescentou, "significa olhar de frente às várias criticidades e depois encontrar a harmonia necessária para poder enfrentá-las".

A responsabilidade e a relação

O convite é para não descurar os benefícios decorrentes da perspectiva cristã baseada no amor universal. "Isto - para o Cardeal Zuppi - permite ter interesse e desejo por um bem que chegue a todos". Uma atitude fundamental para capitalizar os ensinamentos da quarentena. "Aprendemos que cada um é responsável pelo outro. Além disso, entendemos o quanto a comunicação é decisiva justamente para não ficarmos sozinhos. E, especialmente para a Igreja, isso significa escolher estar perto e construir laços de comunidade que superem a tentação do isolamento e do individualismo".

Volta às origens

Falando do princípio da fraternidade baseada na paternidade de Deus típica do cristianismo, Dom Sorrentino evoca a vida das primeiras comunidades cristãs como um espírito a ser recuperado para superar o que o livro define como "o triângulo da crise", que diz respeito ao pensamento, às relações e à solidariedade. "A força da comunhão interior era a internet da época", diz o bispo, lembrando o sucesso da Igreja primitiva, apesar das dificuldades de comunicação que ela enfrentava. 

As pequenas comunidades

Para o Bispo de Assis existe uma saída concreta e praticável, representada pelas pequenas comunidades que se reúnem em torno do Evangelho e testemunham um novo impulso evangelizador. Isto é demonstrado pelo que está acontecendo na diocese de Assis através das "famílias do Evangelho" e muitas outras pelo mundo afora. "Estamos vendo - conclui - como essa forma de recomposição e reestruturação da vida eclesial tem uma grande implicação não só dentro da Igreja, mas também em torno da Igreja.

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22 junho 2020, 09:42