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Patriarca Manuel Clemente durante a Missa na Catedral de Lisboa Patriarca Manuel Clemente durante a Missa na Catedral de Lisboa  

Patriarca de Lisboa: «Laudato si» “realizou algo de verdadeiramente profético”

D. Manuel Clemente presidiu à 1ª celebração na Sé Patriarcal no regresso às celebrações religiosas com a presença física de fiéis após a suspensão decretada a 13 de março pela Conferência Episcopal por causa da Covid-19.

Domingos Pinto - Lisboa

“Boas intenções não bastam. Mesmo agora, quando nos queremos refazer como sociedade, face à pandemia que tanto nos transtornou a saúde, a convivência, a economia e tudo o mais. É natural que a urgência de soluções, no plano nacional e internacional, ocasione medidas mais solidárias e suscite declarações generosas. Como é de reconhecer e agradecer tanta dedicação demonstrada nos vários domínios sociais, públicos ou particulares, para proteger as vidas e garantir a saúde e a subsistência das populações. É justo, muito justo, que o façamos”.

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O reconhecimento do esforço feito em tempo de pandemia nas palavras iniciais do Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente na homilia da eucaristia da solenidade de Pentecostes a que presidiu no último domingo, 31 de maio, na Sé patriarcal.

Foi a 1ª celebração naquele templo no regresso às celebrações religiosas com a presença física de fiéis que recomeçaram na igreja católica no passado sábado, vigília de Pentecostes, após a suspensão decretada a 13 de março pela Conferência Episcopal por causa da Covid-19.

O Patriarca de Lisboa não deixou de lembrar que “em tempos de guerra sempre se aspira pela paz e em tempos de catástrofes sempre se insiste em preveni-las… Mas a memória é curta e as ilusões regressam, facilmente demais, tragicamente demais. Valha-nos o Espírito Divino, que não se cansa de nos mover para o bem”.

Um alerta na sua homilia na qual sublinhou que “a realidade divina é essencialmente comunitária” e que “só a partir dela nos concluímos como realidade humana, ultrapassando a divisão, que é o pecado. Pecado que radica na recusa de viver em comunhão, com Deus e com tudo a partir de Deus, Fonte inesgotável de vida convivida”, disse D. Manuel Clemente que pediu uma mudança na “nossa relação com a natureza, o meio ambiente e a própria humanidade no seu conjunto”.

“Quando há cinco anos o Papa Francisco nos ofereceu a encíclica Laudato si’, sobre o cuidado da casa comum, realizou algo de verdadeiramente profético, quer na denúncia do que não está nada bem, do ponto de vista ambiental, como no modo de ficar melhor e bem melhor, no sentido uma ecologia integral, em que tudo se respeite para que tudo conviva”, reafirmou o Patriarca de Lisboa.

Entre os fiéis, destaque para a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que em declarações aos jornalistas à entrada para a Missa de Pentecostes, disse que “as confissões religiosas, e os católicos de forma muito especial, foram exemplares” nas medidas que tomaram para evitar a propagação do novo coronavírus, nomeadamente a suspensão das celebrações com presença de fiéis.

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01 junho 2020, 11:35