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Pan-Amazônia: Igreja se mobiliza pelos indígenas no Peru, país mais afetado pela Covid-19

O Vicariato Apostólico de Puerto Maldonado promove campanha solidária para proteger as populações indígenas da região de Baixa Urubamba. A iniciativa foi batizada de “Sete povos, uma só voz”, em referência aos 7 povos indígenas que sofrem com a pandemia e a precariedade no atendimento à saúde. Entre os 9 países que compõem a Pan-Amazônia, o Peru registra o maior número de casos confirmados de coronavírus entre os indígenas.

Andressa Collet – Vatican News

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Entre os 9 países que compõem a Pan-Amazônia, o Peru registra o maior número de casos confirmados de Covid-19 entre os povos indígenas: são 1.006 pessoas testadas positivas para o coronavírus e 349 que morreram, vítimas do vírus. Os dados já devem ter sido alterados, visto que fazem parte do último boletim de 26 de maio sobre o impacto da pandemia nos indígenas da região pan-amazônica, produzido pela Repam e pelo Coica, o Coordenador das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica.

Os números peruanos fazem parte das regiões de Loreto, Amazonas, San Martín, Ucayali, Cusco, Huánuco, Junín, Pasco e Cajamarca. Em Madre de Dios, por exemplo, o Vicariato Apostólico da capital da região, Puerto Maldonado, está fazendo uma campanha solidária para proteger as sete populações indígenas da Baixa Urubamba: chama-se “Sete povos, uma só voz”.

Campanha solidária “Sete povos, uma só voz”

A iniciativa é dirigida aos povos de Matsigenkas, Yines, Yaminahuas, Amahuacas, Kakintes, Nahuas e Asháninkas com o objetivo de alertar sobre as comunidades nativas amazônicas para que não sejam esquecidas neste difícil contexto da pandemia do coronavírus.

Uma nota da Conferência Episcopal do Peru traz os dados da Organização dos Povos Indígenas que apontam que, “mais de 60% das comunidades nativas da Amazônia peruana, uma das áreas mais afetadas pela pandemia da Covid-19, não dispõem de centros de saúde, enquanto aqueles existentes não têm equipamentos médicos adequados e remédios suficientes”. Por isso, então, do aumento vertiginoso de contágios e mortes entre os próprios indígenas, pelo qual a Igreja quer responder com uma “cruzada de solidariedade”.

Todas as pessoas de boa vontade e as empresas privadas estão sendo convidadas a contribuir com essa luta contra o coronavírus, diz a nota, ao explicar que o objetivo da iniciativa é arrecadar 350 mil soles, isto é, mais de 90 mil euros para serem investidos em remédios e dispositivos de segurança aos profissionais de saúde, como também “na melhoria das estruturas para receber de maneira mais digna os pacientes infectados com o coronavírus”. (IP)

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01 junho 2020, 12:05